Numa carta dirigida ao Vaticano, a polícia queixa-se do apoio dado pelo bispo Zen aos agricultores sul-coreanos detidos durante o encontro da Organização Mundial do Comércio em Hong Kong.
Numa carta dirigida ao Vaticano, a polícia queixa-se do apoio dado pelo bispo Zen aos agricultores sul-coreanos detidos durante o encontro da Organização Mundial do Comércio em Hong Kong. O monsenhor Joseph Zen Ze-kiu escreveu uma carta aberta afirmando esperar uma conversa pública sobre o assunto. a carta é a resposta a Tony Liu Kit-ming, chefe da polícia territorial, que disse ontem querer escrever uma carta ao Papa Bento XVI, queixando-se da solidariedade e apoio do bispo aos agricultores sul-coreanos.
“Como cidadão de Hong Kong sinto-me envergonhado. Quero apresentar as minhas desculpas aos agricultores coreanos. O que os líderes da polícia fizeram não foi apropriado”, disse o prelado a 18 de Setembro quando 150 agricultores sul-coreanos se manifestaram de modo Pacífico. Mais tarde clarificou a sua posição, dizendo que apreciava o modo como os oficiais da polícia desempenharam as suas funções durante o encontro internacional, acrescentando estar a criticar as detenções em si.
a associação dos Inspectores da polícia disse não ter planos de confrontar-se directamente com o bispo, por isso enviariam uma carta ao Vaticano.
Em resposta o bispo Zen, encoraja a associação ao diálogo pois “uma conversação franca não tem que ser uma confrontação, mas pode ajudar a clarificar um mal entendido”. Mas considera que escrever uma carta ao Vaticano também é uma boa ideia.
Termina a sua carta com as seguintes palavras: “Não tenho conhecimento do conteúdo da carta proposta pela polícia. Posso não estar totalmente de acordo, porém espero que tente convencer o Santo Padre a escolher o meu sucessor”. O prelado celebra hoje o seu 75º aniversário, a idade canónica para deixar o seu lugar, se o Papa assim o entender.