No primeiro discurso de abertura de uma assembleia Geral da ONU, enquanto secretário-geral da organização, o ex-primeiro ministro português exortou os líderes mundiais a enfrentarem os desafios da humanidade com Espírito de solidariedade
No primeiro discurso de abertura de uma assembleia Geral da ONU, enquanto secretário-geral da organização, o ex-primeiro ministro português exortou os líderes mundiais a enfrentarem os desafios da humanidade com Espírito de solidariedade O nosso mundo tem problemas. as pessoas sofrem e estão revoltadas. Sentem que a insegurança e a desigualdade aumentam, que os conflitos se propagam e o clima muda as sociedades estão fragmentadas, somos um mundo em pedaços e necessitamos de um mundo em paz, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, antónio Guterres, no discurso de abertura a assembleia Geral da organização, esta terça-feira, 19 de setembro. Perante os representantes dos 193 Estados-membros da ONU, Guterres desafiou os líderes mundiais a enfrentarem os grandes reptos da humanidade com espírito solidário e de unidade, em sintonia com os princípios da Carta das Nações Unidas. Entre os temas mais urgentes, o ex-primeiro-ministro português enumerou os lançamentos balísticos da Coreia do Norte e o perigo de uma catástrofe nuclear que representam, e a escalada da violência étnica em Myanmar. Guterres abordou ainda a questão do terrorismo e afirmou que para se combater esse flagelo são fundamentais tanto a cooperação internacional como as políticas que abordem a pobreza e as injustiças que facilitam a radicalização e os discursos de ódio. Neste contexto, recordou os casos dos conflitos da Síria, Iémen, Sudão do Sul e afeganistão, onde nenhuma das partes irá ganhar as guerras nem erradicar o terrorismo, a não ser que se encontrem soluções políticas. Quanto ao problema das migrações, o secretário-geral da ONU considerou-o um desafio, que bem gerido, poderia ajudar à unidade do mundo. E realçou que, a este propósito, que a comunidade internacional enfrenta uma crise de solidariedade, recordando que a maioria dos migrantes preferia ficar nos seus países se não fosse vítima de violência. Eu próprio sou um migrante, igual a muitos de vocês. Mas ninguém espera que arrisque a minha vida numa embarcação precária ou que atravesse o deserto na caixa de um camião para encontrar trabalho fora do meu país. a migração segura não deve ser só para a elite global, salientou.