Religiosos que vivem em países como a Ucrânia, Venezuela ou o Níger, estiveram em Fátima a dar conta dos problemas enfrentados pelas populações e expor o trabalho da Igreja para ajudar os que sofrem
Religiosos que vivem em países como a Ucrânia, Venezuela ou o Níger, estiveram em Fátima a dar conta dos problemas enfrentados pelas populações e expor o trabalho da Igreja para ajudar os que sofremPerante as dificuldades, violência e receios dos ucranianos, Mokrzycki Mieczyslaw, arcebispo de Lviv (Ucrânia), alerta os fiéis para a importância de não ampliarem o mal já existente no país. Incentivo todas as pessoas, sobretudo todos os cristãos que vivem na Ucrânia, a lutar contra o mal sem o multiplicarem, mas eliminando-o das fronteiras da nossa nação e da nossa própria vida pessoal, demonstrou o arcebispo.

Para alcançar a esperança e o alento para a vida, o religioso aponta aos fiéis o caminho da oração. O nosso futuro está na oração [do terço], disse o prelado, lembrando que Nossa Senhora de Fátima pediu a recitação diária do rosário para alcançar a paz no mundo e o fim da guerra. Temos uma arma poderosa nas nossas mãos, e não devemos abandoná-la ou deixá-la perder-se, realçou o religioso, esta quinta-feira, 14 de setembro, na Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima.

ao arcebispo que se encontra na Ucrânia juntaram-se outros religiosos, que atuam em várias partes do mundo para ajudar os que sofrem. Um exemplo disso é John Du, arcebispo de Palo, nas Filipinas, que estava no país na altura em que este foi devastado pelo tufão Haiyan, em novembro de 2013. a catástrofe causou um grande número de mortos e de feridos, destruiu casas e muitas outras estruturas, provocando um cenário que obrigou a grandes esforços de recuperação.
Das vivências que teve com a população local após a passagem furacão, John Du notou a clara importância que a fé pode assumir num cenário catastrófico. Uma vida com Deus inspira-nos a continuar a viver as nossas vidas, apesar das dificuldades. Mas uma vida sem Deus pode fazer com que as nossas vidas pareçam miseráveis, apesar do que nós temos, referiu.

Num país como o Níger, onde os cristãos são cerca de um por cento e os muçulmanos são 98 por cento, as religiosas trabalham para ajudar as populações de um Estado que, do ponto de vista económico e social, está longe de ser um país sem dificuldades. Nós, religiosas da Irmandade das Servas de Cristo, vindas do Benim, Burkina Faso, Níger, Senegal e Chade, trabalhamos para dar a conhecer a verdadeira face do Senhor, que não é mais que bondade, amor e misericórdia, disse Persévérance Catherine Kingbo, superiora geral da congregação.

De Cuba, Rolando Montes de Oca, traçou um cenário com sérios desafios, de que faz parte a angústia em que vivem tantos cubanos devido à escassez de recursos básicos. Perante os problemas vividos no país, a Igreja em Cuba centra-se em consolar, enxugar lágrimas, escutar e partilhar. É a Igreja que intercede pelos presos e por qualquer pessoa em desvantagem social, realçou o sacerdote.

Vindo de um país com um futuro bastante incerto e onde a população sofre atualmente com a falta de comida e de acesso aos serviços de saúde, esteve também na Cova da Iria Raul Biord Castillo, bispo de La Guaira, na Venezuela. Perante a fome, a Igreja venezuelana tem organizado refeições sociais comunitárias, tem fornecido suplementos alimentícios e tem também contribuído para melhorar a higiene doméstica e o uso de água purificada através de filtros artesanais. Sabemos que isto não resolve todos os problemas, mas ajuda e, além disso, constitui uma chamada de atenção das autoridades governamentais e a sociedade civil para os problemas de pobreza e subnutrição infantil, disse o prelado.

as intervenções destes religiosos, a que se somou a de John Ribat, arcebispo de Port Moresby (Papua-Nova Guiné), assinalaram o Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos. Os seus testemunhos inseriram-se na Peregrinação Internacional da Fundação ajuda à Igreja que Sofre (aIS) ao Santuário de Fátima, que iniciou na última terça-feira, 12 de setembro, e que termina sexta-feira, dia 15.