as condições em que vivem muitas pessoas em Camarate, Lisboa, deixam chocada a jovem Carolina que afirma que é preciso dar a conhecer ao país esta realidade
as condições em que vivem muitas pessoas em Camarate, Lisboa, deixam chocada a jovem Carolina que afirma que é preciso dar a conhecer ao país esta realidadeCarolina Fiúza tem 25 anos, é fisioterapeuta, vive em Leiria e está em preparação para partir para um local que ainda não sabe, num dia que desconhece, mas que será breve, e onde ficará durante dois anos a ajudar os outros. Enquanto essa missão não inicia, vai-se dedicando a outras, nomeadamente aos que vivem em dificuldades em Camarate, Lisboa, oriundos, sobretudo, de angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste.

É incrível ver aqueles bairros de lata onde eles moram. alguns não têm luz nem água canalizada. Muitas casas estão cheias de buracos com reparações feitas pelos próprios. Fiquei chocada. É preciso dar a conhecer esta realidade no nosso país. É incrível como é que em Portugal isto é possível.como é que é possível existirem crianças a morar neste local assim?, questiona a jovem ligada aos Leigos Missionários Combonianos (LMC).

Das várias visitas que já fez ao local e da atividade como monitora numa colónia de férias dirigida às crianças de Camarate, Carolina apercebeu-se da existência de muitos problemas a nível familiar e de muita falta de amor. No entanto, a jovem afirma que muitas destas pessoas ficam bastante confortadas ao serem escutadas e que muitas vezes apenas é preciso ensinar-lhes como proceder porque elas interessam-se.

São um povo muito trabalhador. agarram-se ao comércio, refere a fisioterapeuta, que se fascina com a forma como aquelas pessoas vivem o seu dia a dia. O desprendimento que eles têm, de não se preocuparem se têm dinheiro ou não, ou outras coisas, que pode parecer um pouco irresponsável aos nossos olhos, leva-me a pensar: “Então e porque não? Qual é o problema de vivermos assim, um pouco mais despreocupados?”. Nós vivemos tão preocupados. acho que tem de haver um equilíbrio e eu sinto que eles me transmitem muito a despreocupação e a confiança, explicou a leiriense.

além da forma de encarar vida, também a alegria daquela população não passa despercebida à missionária. Eu sinto que eles vivem a vida muito livremente e muito alegres apesar de todos os conflitos e apesar das imposições que a sociedade nos coloca de termos de fazer determinadas coisas, demonstrou. Eles partilham muito. Se têm pouco, não estão a ver o que é que o outro tem a mais, referiu, em declarações à Fátima Missionária, à margem do Curso de Missiologia, que está a frequentar em Fátima para se preparar para partir em missão. a formação termina este sábado, 26 de agosto, e reuniucerca de 60 participantes ao longo desta semana.