População guineense precisa de melhores condições de vida «ao nível do saneamento, da saúde e da educação», aponta seminarista que estuda em Portugal, após ter vivido um ano na Guiné-Bissau
População guineense precisa de melhores condições de vida «ao nível do saneamento, da saúde e da educação», aponta seminarista que estuda em Portugal, após ter vivido um ano na Guiné-Bissau O cabo-verdiano atanásio Tavares, de 37 anos, estuda atualmente em Portugal, mas antes de entrar em terras lusas esteve um ano a viver na Guiné-Bissau, onde contactou com a população local, visitou as suas casas e lidou com pessoas de todas as idades. a experiência alegrou-o, mas também o sensibilizou para os problemas e necessidades daquele povo.

É preciso melhorar as condições de vida das pessoas, por exemplo, ao nível do saneamento, da saúde e da educação. aqueles que estão no poder devem dar aos mais pobres oportunidades para estudar, para terem medicamentos, consultas e boas estradas, enumerou atanásio Tavares, seminarista da Congregação dos Missionários do Espírito Santo, que esta semana se encontra em Fátima a frequentar o Curso de Missiologia.

Da falta de condições da população guineense, o seminarista recorda os caminhos em terra batida que se transformavam em lama na época das chuvas e as deslocações em busca de um bem essencial. Não havia água canalizada. as pessoas iam buscá-la a um poço comunitário. Em algumas casas existia gerador, mas não havia luz o dia inteiro, recorda o aluno de Teologia da Universidade Católica do Porto.

apesar de estar longe do seu país natal, atanásio encontrou no local de missão características comuns às da sua cultura, que o fizeram sentir bem e próximo daqueles que deixou. Senti-me um pouco em casa porque identifiquei na cultura guineense alguns traços da cultura cabo verdiana, como por exemplo a língua crioula, alguns pratos, brincadeiras e o grande respeito pelos idosos.

as características da população a quem se dedicou ao longo de um ano deixaram-no sensibilizado. O povo católico com quem trabalhei na Guiné-Bissau era muito simples e acolhedor. Partilham tudo o que têm com os missionários, com quem está de visita ao país ou quem está em missão. Gostei muito.

ao longo do seu percurso formativo, o seminarista passou também pelo Senegal, onde encontrou novas semelhanças entre culturas diferentes. Tanto na Guiné-Bissau como no Senegal, a Igreja Católica é muito viva, jovem, alegre, com bastantes crianças e adolescentes, realçou o aluno, em declarações à Fátima Missionária.

atanásio Tavares é um dos cerca de 60 participantes do Curso de Missiologia que iniciou na última segunda-feira, 21 de agosto, nas instalações dos Missionários da Consolata, e que se prolonga até sábado, 26. a formação é organizada pelos responsáveis do Institutos Missionários ad Gentes (IMaG), com o apoio das Obras Missionárias Pontifícias (OMP).