Os mais novos visitam ou passam por locais como o Mosteiro dos Jerónimos ou o Mosteiro da Batalha e «não sabem o que é que é aquilo que está ali», disse o historiador José Eduardo Franco, durante o Curso de Missiologia, que decorre em Fátima
Os mais novos visitam ou passam por locais como o Mosteiro dos Jerónimos ou o Mosteiro da Batalha e «não sabem o que é que é aquilo que está ali», disse o historiador José Eduardo Franco, durante o Curso de Missiologia, que decorre em FátimaExiste atualmente um défice grave de memória da nossa história nas nossas escolas, e de cultura histórica, nomeadamente, de história religiosa, sem falar de uma história convencional, alerta José Eduardo Franco historiador português. O professor do ensino superior refere que os jovens portugueses têm débeis conhecimentos históricos que não lhes permitem interpretar muitos dos espaços que visitam ou por onde passam.

a perda de memória da história cristã é grave, e faz com que os nossos jovens alunos sofram de uma iliteracia cultural gravíssimaque os impede de serem capazes de terem o código para ler coisas muito simples quando, por exemplo, vão visitar monumentos como o Mosteiro dos Jerónimos, ou o Mosteiro da Batalha, exemplificou o especialista em História da Cultura.

a falta de conhecimentos dos estudantes pode levar a uma errada interpretação daquilo que observam.como não têm a chamada História Religiosa, não sabem o que é um mosteiro, não sabem o que é que é aquilo que está ali. No quadro da História da arte, não sabem o que lá está representado, como um sacrário, olham para aquilo como se fosse um trono. Não têm o conhecimento da cultura histórica, para poder ler aquilo que, no presente, está diante de nós. E essa iliteracia acaba por ser gravíssima e é um dos diversos problemas do nosso tempo e na relação com a história do nosso passado, frisou o docente.

O historiador lembra que no contexto da história de Portugal se perdeu mais de metade daquilo que é fundamental aos cidadãos para conhecer aquilo que é a sua herança cultural. Precisamos de refazer tanto esse trabalho, que é muito difícil, mas que acaba por ser um dos problemas do presente, na compreensão daquilo que é a nossa tradição, explicou o especialista.

Para José Eduardo Franco, a perda de memória histórica, acaba por gerar, muitas vezes, uma relação complexa com a Igreja. Geralmente, nas escolas, só se ensina a parte negativa dessa tradição, dessa herança cristã. E toda a outra parte é desconsiderada, por isso, essa revisitação é absolutamente fundamental, recomendou o profissional, na manhã desta terça-feira, 22 de agosto, em Fátima, no âmbito do Curso de Missiologia que decorre ao longo desta semana.

O historiador madeirense estará com os participantes desta formação ao longo de toda esta terça-feira, nas instalações dos Missionários da Consolata. a intervenção do docente decorre sob o tema Cristianismo e globalização: Estado, Igreja e Missionação na época moderna e contemporânea.