Uma década após a assinatura da declaração histórica sobre os direitos indígenas, os povos nativos continuam a enfrentar problemas de exclusão, discriminação e falta de proteção
Uma década após a assinatura da declaração histórica sobre os direitos indígenas, os povos nativos continuam a enfrentar problemas de exclusão, discriminação e falta de proteção a declaração sobre os direitos dos povos indígenas, assinada há uma década, foi um passo importante na defesa da dignidade das comunidades nativas, mas agora, mais do que nunca, é necessário transformar as palavras em ação para acabar com a discriminação, exclusão e falta de proteção destas pessoas, alerta um grupo de especialistas das Nações Unidas. aproveitando a celebração do Dia Internacional dos Povos Indígenas, que se assinala esta quarta-feira, 9 de agosto, os presidentes de vários organismos da ONU relacionados com a questão indígena emitiram um comunicado a recordar os desafios que ainda existem na defesa destes povos, que em alguns casos enfrentam violações de direitos e lutas ainda maiores do que há 10 anos. Segundo os especialistas, os povos indígenas ainda sofrem racismo, discriminação e acesso desigual a serviços básicos, como a saúde e educação, sobretudo devido à perda das suas terras e direitos sobre os recursos, que são os pilares da sua subsistência e identidades culturais. Neste processo, as mulheres acabam por sofrer uma dupla discriminação por serem frequentemente excluídas das tomadas de decisão e dos direitos à terra. Na mensagem, os representantes da ONU chamam também a atenção para a degradação dos direitos humanos dos povos indígenas em todo o mundo, em particular para quem os defende. O ano passado, há registo de pelo menos 281 ativistas assassinados, em 25 países, mais do dobro do que em 2014. Metade das vítimas estava a trabalhar para defender terras, povos indígenas e direitos ambientais.