autoridades mexicanas não conseguem assegurar o acesso adequado dos indígenas à justiça, por falta de intérpretes e de defensores que os apoiem desde o momento da sua detenção
autoridades mexicanas não conseguem assegurar o acesso adequado dos indígenas à justiça, por falta de intérpretes e de defensores que os apoiem desde o momento da sua detenção Há mais de 9. 000 indígenas que estão privados de liberdade no México ao abrigo de processos irregulares e de violações dos direitos humanos, denunciou esta semana Laura Ruiz Mondragón, do Instituto Nacional de Línguas Indígenas, sublinhando, que na maioria dos casos, o Estado não assegura o adequado acesso à justiça por carecer de intérpretes e defensores que apoiem os indígenas. Os funcionários públicos afetos ao sistema judicial têm um grande desconhecimento da diversidade linguística e cultural do país e os próprios falantes de línguas indígenas ignoram os seus direitos linguísticos, afirmou a responsável, apontando o exemplo de três mulheres otomies que em 2006 foram acusadas injustamente de sequestro, mal sabiam espanhol, e nunca foram acompanhadas de tradutor. Onze anos depois, receberam um pedido público de desculpas da Procuradoria Geral da República. Mondragón reconheceu que o país tem avançado em matéria de justiça para com as pessoas indígenas, mas de forma lenta e sem conseguir eliminar uma discriminação ancestral e permanente. Nesse sentido, defendeu que um dos maiores desafios que o México enfrenta é garantir um maior número de intérpretes que conheçam a língua e a cultura dos indígenas envolvidos em processos judiciais.