Uma década depois da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos indígenas, as populações tradicionais continuam a ser vítimas de ataques aos seus direitos fundamentais Uma década depois da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos indígenas, as populações tradicionais continuam a ser vítimas de ataques aos seus direitos fundamentais a expansão das indústrias extrativas, do agro-negócio e dos megaprojetos de desenvolvimento continuam a ser as principais ameaças às comunidades indígenas, segundo a relatora especial das Nações Unidas para os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz. Segundo a responsável, as consequências dos projetos que não obtêm consentimento livre das populações, resultam na expropriação de terras, despejos forçados, falta de acesso aos meios de subsistência, e na perda da cultura e de locais espirituais. Numa altura em que se comemora uma década da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, Tauli-Corpuz alerta para a necessidade de uma maior proteção das comunidades. Estou particularmente preocupada com o crescente número de ataques contra líderes indígenas e membros da comunidade que procuram defender os seus direitos sobre as terras. Os povos indígenas que tentam proteger os direitos humanos fundamentais estão a ser ameaçados, presos, perseguidos e, nas piores situações, tornam-se vítimas de execuções extra judiciais, afirma a relatora da ONU. Tauli-Corpuz considera ainda que a exclusão dos povos indígenas na conceção e aplicação de leis e políticas que os afetam está relacionada com a permanente discriminação e racismo de que são alvo. Isso decorre do legado de leis e políticas coloniais racistas passadas que continuam a distorcer as perceções dos povos indígenas e desconsiderar sua governação e leis tradicionais.