alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos compara a vida de mulheres, homens e crianças em Mossul, no Iraque, a um «inferno na terra», pelo nível de crueldade a que foram submetidos
alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos compara a vida de mulheres, homens e crianças em Mossul, no Iraque, a um «inferno na terra», pelo nível de crueldade a que foram submetidos a recuperação da cidade de Mossul das mãos do Estado Islâmico (EI), por parte das forças iraquianas, marca um importante momento de viragem no conflito, mas levanta uma série de novos desafios em matéria de direitos humanos, que se forem ignorados podem desembocar em mais violência e sofrimento para a população, alerta o alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. O cruel controlo do EI em Mossul acabou, mas os militantes do movimento extremista podem continuar a aterrorizar e a matar em bombardeamentos e sequestros, sublinha o responsável pela agência da ONU, Zeid Ra”ad al Hussein, recordando que os civis suportaram um nível de preversão e crueldade muito para além do descritível. Os combatentes do EI forçaram dezenas de milhares de pessoas a fugir das suas casas e usaram os civis como escudos humanos. Zeid considera que estas ações constituem um crime de guerra de acordo com o direito internacional humanitário e uma violação dos padrões mais básicos do respeito pela dignidade humana. as graves e sistemáticas violações do direito internacional por parte do EI, entre elas a escravidão sexual de mulheres e meninas, cometidas durante os últimos três anos, deixaram cicatrizes profundas na sociedade iraquiana, adianta o responsável, lembrando as mais de três mil pessoas da comunidade yazidi, que continuam desaparecidas. Segundo dados da ONU, desde que a ofensiva militar contra o EI começou em Mossul, em outubro do ano passado, mais de 920 mil civis foram deslocados das suas terras. Cerca de 700 mil continuam deslocados, sendo que quase metade está a viver em 19 acampamentos temporários.