Especialistas alertam que as mudanças do clima comprometem a cultura e identidade de populações inteiras. Todos os anos 25 milhões de pessoas são forçadas a deslocar-se devido a problemas ambientais
Especialistas alertam que as mudanças do clima comprometem a cultura e identidade de populações inteiras. Todos os anos 25 milhões de pessoas são forçadas a deslocar-se devido a problemas ambientais as estimativas do Centro de Monitorização de Deslocamento Interno não são animadoras. atualmente, cerca de 25 milhões de pessoas são forçadas a deixar as suas casas e os seus países todos os anos, devido a problemas ambientais, como secas, inundações, tempestades e incêndios florestais, e este número pode chegar ao bilião, até 2050, se não forem criadas políticas de proteção para as populações em maior situação de vulnerabilidade. O alerta foi deixado num encontro realizado recentemente no Brasil, onde os especialistas chamaram também a atenção para o facto dos deslocados ambientais não serem considerados tecnicamente como refugiados, pois as causas ambientais não são consideradas como perseguição ou outras motivações de segurança previstas nos tratados internacionais. O não reconhecimento deixa essas populações expostas a graves violações de direitos humanos. Quando elas migram especialmente entre fronteiras internacionais, são consideradas migrantes irregulares, o que pode dar margem ao aliciamento por traficantes de pessoas, afirmou a fundadora da Rede Sul-americana para as Migrações ambientais, Érika Pires Ramos. Neste contexto, a responsável realça a importância do acordo de Paris, dado que é a primeira iniciativa formal que coloca o deslocamento provocado pelas mudanças climáticas em questão e recomenda aos países signatários a criação de uma força para tratar das migrações.