Matrimónio precoce custará aos países em desenvolvimento triliões de euros até 2030, segundo estudo desenvolvido em África e na Ásia. a erradicação desta prática levaria também à redução do crescimento da população mundial
Matrimónio precoce custará aos países em desenvolvimento triliões de euros até 2030, segundo estudo desenvolvido em África e na Ásia. a erradicação desta prática levaria também à redução do crescimento da população mundial Uma análise aos efeitos do casamento infantil no crescimento populacional, nos setores da saúde e da educação e nos rendimentos das jovens e dos seus filhos, levou os investigadores do Banco Mundial e do Centro Internacional de Pesquisa sobre Mulheres a concluir que esta prática pode custar triliões de euros aos países em desenvolvimento, até 2030. O estudo baseia-se nos dados de 25 países, concentrados sobretudo em África e na Ásia, e revela que uma em cada três mulheres casou antes dos 18 anos, e uma em cada cinco teve o primeiro filho antes de completar os 18 anos. Indica ainda que uma menina casada com 13 anos terá em média 26 por cento mais filhos ao longo da vida do que se tivesse casado aos 18 ou mais tarde. Estes indicadores permitem antever que a erradicação do casamento precoce reduziria as taxas de fertilidade total em 11 por cento, em média, levando a reduções substanciais do crescimento da população ao longo do tempo. Só no Níger, o país com maior prevalência do matrimónio infantil, a população até 2030 poderia ser cinco por cento menor se a prática fosse eliminada. Um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas é acabar com o casamento infantil, mas até agora poucos países adotaram estratégias para erradicar o problema, e os investimentos em termos de programas e políticas permanecem limitados. Neste sentido, os especialistas recomendam mais investimento em legislação e educação, bem como na sensibilização dos pais para os danos que o matrimónio precoce pode trazer à vidas das mulheres e meninas.