Missionários criaram um método pedagógico próprio para incentivar os menores a ganharem o gosto pelo ensino. a curiosidade tem sido tão grande que os primeiros alunos já fazem questão de ser eles a querer ensinar os amigos
Missionários criaram um método pedagógico próprio para incentivar os menores a ganharem o gosto pelo ensino. a curiosidade tem sido tão grande que os primeiros alunos já fazem questão de ser eles a querer ensinar os amigos Quando as crianças não vão à escola, há que levar a escola às crianças. Este bem poderia ser o lema do projeto que os missionários da Consolata estão a levar por diante, a partir da região de Bayenga, na floresta da República Democrática do Congo. É ali que ainda vivem os pigmeus, uma tribo semi-nómada, pressionada pela desflorestação, por outras tribos, e pela exploração mineira. Os religiosos que ali trabalham dão assistência a pelo menos 33 acampamentos, muitos deles separados por longas distâncias, selva adentro. Quando o terreno o permite, e há orçamento para isso, usam uma moto para se deslocar. E é assim que desenvolvem um dos seus mais recentes projetos: uma escola itinerante. Depois de investirem nas ações de formação em saúde, agricultura, promoção da mulher e apoio nutricional, os missionários centram agora as suas atenções na alfabetização das meninas e meninos pigmeus. Temos como objetivo uma alfabetização baseada nos valores do povo pigmeu, para ajudá-los a ter consciência da sua realidade, da sua dignidade, do direito a serem protagonistas nas decisões sobre o seu futuro como indivíduos e como povo, explica andrés García Fernandez, coordenador do projeto. as aulas são preparadas todos os dias, a partir do zero. Somos nós que criamos o material que lhes damos para trabalhar, que preparamos a lição para desenvolver a pedagogia correspondente e providenciamos o material escolar mínimo que as crianças necessitam, adianta o missionário. O método pedagógico assenta em três pilares essenciais – observar, refletir e atuar. através de uma fórmula dinâmica e criativa, os religiosos usam cenas da vida quotidiana para incentivar as crianças a falar da sua vida, a inventarem danças e cantos educativos. Desta forma, vão conseguindo introduzi-las no dinamismo escolar e fazendo despertar o interesse por coisas novas, como o desenho, as letras ou os números. É maravilhoso ver as crianças desejando ocupar o lugar do professor para contar aos seus amigos o que sabem, o que aprenderam. É bonito ver esses “professores” com poucos estudos, mas capazes de despertar o gosto por aprender nas outras crianças, capazes de fazê-las sonhar e viver uma fraternidade diferente, capazes de suscitar a curiosidade, a magia da novidade e da surpresa, realça andrés Fernandez.