Em muitos países do continente africano as políticas discriminatórias estão a negar a educação a milhões de meninas e adolescentes casadas, denuncia organização de defesa de direitos humanos
Em muitos países do continente africano as políticas discriminatórias estão a negar a educação a milhões de meninas e adolescentes casadas, denuncia organização de defesa de direitos humanos Mais de 49 milhões de meninas não estão escolarizadas na África subsaarina, entre as quais pelo menos 31 milhões deviam frequentar o ensino secundário, o que supõe uma violação dos seus direitos e a limitação das oportunidades, denuncia a organização Human Rights Watch (HRW). O matrimónio infantil e a gravidez de adolescentes são os principais responsáveis por esta situação, devido às políticas e práticas discriminatórias existentes em muitos dos países. Note-se que na África subsaariana 40 por cento das jovens casam antes dos 18 anos, e há entre 15 a 20 países no continente com o maior número de matrimónios infantis a nível mundial. Por outro lado, segundo a HWR, o continente africano tem o índice mais alto de adolescentes grávidas. Entre 30 a 50 por cento das meninas de 14 países são mães antes de cumprirem os 18 anos. E as crenças culturais ou religiosas recriminam as meninas solteiras e grávidas. O continente africano tem um dos índices mais altos de gravidez na adolescência, mas muitos governos insistem em abordar este desafio social e de saúde pública castigando as meninas, pondo em perigo o seu futuro, sublinhou a observadora de direitos humanos da HRW, Elin Martínez.