Comissão de investigação das Nações Unidas detetou «graves violações» das garantias fundamentais dos cidadãos. Muitas das atrocidades serão cometidas pelas autoridades policiais
Comissão de investigação das Nações Unidas detetou «graves violações» das garantias fundamentais dos cidadãos. Muitas das atrocidades serão cometidas pelas autoridades policiaisas graves violações dos direitos humanos persistem no Burundi, onde há um clima de medo generalizado, segundo um relatório de uma comissão de investigação apresentado esta semana ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Entre os abusos identificados constam execuções extra-judiciais, tortura, violência sexual e de género, detenções arbitrárias e desaparecimentos forçados. Impressionou-nos de forma particular a brutalidade e crueldade das violações que nos reportaram. Podemos dizer que os temores iniciais sobre o alcance e gravidade das transgressões de direitos humanos e os abusos no Burundi desde abril de 2015 se confirmaram, declararam os autores do documento. De acordo com os investigadores, muitas das atrocidades relatadas terão sido cometidas por elementos da polícia de dos serviços nacionais de inteligência, que com frequência são apoiados por jovens militantes do partido no poder. Talvez isso explique o facto do governo ter negado a entrada no país aos autores da investigação. O relatório final da comissão será entregue em setembro e, até lá, um grupo de especialistas continuará com as averiguações, analisará se os abusos constituem crimes internacionais e atribuirá responsabilidades aos autores.