Especialista das Nações Unidas em direitos humanos assinala que a maior parte dos abusos passam despercebidos. E convida a sociedade em geral a estar mais atenta a este problema
Especialista das Nações Unidas em direitos humanos assinala que a maior parte dos abusos passam despercebidos. E convida a sociedade em geral a estar mais atenta a este problemaas pessoas de idade continuam em risco de sofrer abusos por parte dos seus familiares, sem que esses excessos sejam identificados e denunciados, alerta a especialista das Nações Unidas em direitos humanos, Rosa Kornfeld-Matte, numa mensagem alusiva ao Dia Mundial de Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa que se celebra esta quinta-feira, 15 de junho. Segundo a responsável, a maior parte dos abusos contra idosos passam despercebidos, apesar dos sinais claros de que estão a ocorrer. Nesse sentido, apela a uma maior vigilância por parte da sociedade e à denúncia dos casos em que se suspeite de maus-tratos a uma pessoa de idade. Estes casos ocorrem com frequência, e em muitas situações sem chamar a atenção, mas sabemos que são frequentes e ocorrem em todo o tipo de cenários. Nenhuma comunidade ou país do mundo está imune a este problema, acrescenta Kornfeld-Matte. Para a especialista da ONU, o bem estar dos anciãos é uma responsabilidade coletiva, pelo que todos devem estar atentos a determinados sinais, como contusões inexplicáveis, desnutrição, desidratação, falta de cuidados médicos ou mudanças súbitas de lucidez ou a nível financeiro. Em Portugal, a associação Portuguesa de apoio à Vítima (aPaV) registou um aumento de 30 por cento de crimes contra idosos entre 2013 e 2016, sendo as mulheres as principais vítimas, muitas delas a sofrerem em silêncio há mais de 40 anos.