Os elevados í­ndices de desigualdade na região podem comprometer o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, até 2030, alerta a Comissão Económica da américa Latina e do Caribe
Os elevados í­ndices de desigualdade na região podem comprometer o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, até 2030, alerta a Comissão Económica da américa Latina e do Caribe O mais recente relatório da Comissão Económica da américa Latina e do Caribe (CEPaL), divulgado esta semana, revela que os níveis de desigualdade na região são muito altos, o que pode dificultar o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, até 2030. Segundo o estudo, o ano passado, o coeficiente para rendimentos pessoais registou um valor médio de 0,46 para 17 países da américa Latina, um índice considerado alto pelos especialistas da CEPaL, tendo em conta que zero representa nenhuma desigualdade e um significa desigualdade máxima. além da distribuição de rendimentos, também a estrutura da propriedade de ativos físicos e financeiros e a condição étnico-racial contribuiram para a desigualdade. Refira-se, por exemplo, que na américa Latina vivem cerca de 130 milhões de afrodescendentes. Ora, apesar de haver mecanismos oficiais de combate ao racismo, pelo menos em 14 países, a CEPaL sublinha que este grupo populacional enfrenta desigualdades em todas as áreas de desenvolvimento, que se refletem em maiores taxas de mortalidade infantil e materna e de desemprego, e em menores rendimentos do trabalho. Em relação à mulheres, o estudo conclui que continuam a cumprir um horário de trabalho superior ao dos homens e ainda têm que dedicar um terço do seu tempo às tarefas domésticas e outros cuidados não remunerados.