Preparam-se refeições, fazem-se compras, procuram-se bandeiras para acenar ao Papa e compram-se lembranças para levar para os que ficaram longe
Preparam-se refeições, fazem-se compras, procuram-se bandeiras para acenar ao Papa e compram-se lembranças para levar para os que ficaram longeEnquanto decorrem as cerimónias no Santuário de Fátima na manhã deste sábado, 13 de maio, são muitos os que se dedicam a outras atividades. Sem um lugar no recinto que considerassem adequado para instalar as suas pequenas cadeiras para assistir às celebrações, são muitos os peregrinos que percorrem as ruas da Cova da Iria com os seus assentos nas mãos ou carregados às costas.

Nas lojas de artigos religiosos muitos compram artigos para si ou para oferecer aos que ficaram longe, vêem as montras, lancham ou comem um gelado ou bebem uma cerveja. ao mesmo tempo, os comerciantes arrumam o espaço e preparam-se para a vaga de peregrinos que deverá chegar depois de concluídas as cerimónias.

Para que aqueles que escutam o Papa e que assistem à canonização dos mais novos videntes de Fátima possam ter o almoço pronto assim que terminem as cerimónias, há quem se encontre a prepará-lo. É esse o caso de ana Nunes, de 46 anos, de Paredes. Enquanto os seus familiares participam na Missa, ana está num parque de estacionamento nas proximidades do santuário a preparar um arroz de frango com ervilhas caseirinhas enquanto ouve música. Estou a fazer algo bom para os meus pais e o meu sobrinho. Já fui às compras e gosto de ficar sozinha a cozinhar, disse a peregrina.

Semelhante tarefa tem Cândida Paiva, de 57 anos, oriunda de alverca. Enquanto as suas três amigas participam na Eucaristia presidida pelo Papa Francisco, Cândida arruma a tenda e o carro onde pernoitaram, os pertences de cada uma, e quando as suas amigas saírem das celebrações terão à sua espera um piquenique. Quando elas chegarem o piquenique já vai estar pronto, disse a peregrina enquanto escutava as cerimónias no santuário através do rádio. Num café nas imediações do local de culto, os clientes assistem às celebrações pela televisão, lêem os jornais do dia, e os locais comentam a enchente de peregrinos. Queria ir ao santuário mas dá, disse uma moradora. Fernando Carreira, de 76 anos, é um dos clientes do estabelecimento nesta manhã. Residente na Cova da Iria, Fernando é familiar da irmã Lúcia. Não está presente no recinto devido a problemas de saúde, mas assume que nutre um carinho especial por Jacinta. Rezava à Jacinta enquanto estava doente. Ela cruzou-se na minha vida várias vezes, contou à Fátima Missionária. Fora do café, a azáfama nas ruas continua. a GNR dá indicações aos peregrinos e assegura a segurança dos visitantes. Muitos fiéis procuram bandeiras para poderem acenar ao Papa.