Portugal acolheu 1255 refugiados (ao abrigo das quotas definidas pela União Europeia), mas deste número 474 deixaram as instituições que os receberam no nosso país. O que estará menos certo e que impele à sua saída?
Portugal acolheu 1255 refugiados (ao abrigo das quotas definidas pela União Europeia), mas deste número 474 deixaram as instituições que os receberam no nosso país. O que estará menos certo e que impele à sua saída?Nos últimos meses quase duplicou o número de refugiados recolocados em Portugal ao abrigo das quotas definidas pela União Europeia (UE), o que leva os responsáveis a reconhecer que o nosso país não é destino preferencial. as instâncias governamentais confessam, segundo o DN, que há necessidade de informar melhor os refugiados sobre os seus deveres, mas parecem não atender a outros factores que também poderão influenciar estes abandonos.
Efectivamente para além da necessidade de informar melhor os candidatos que possam escolher Portugal como o seu país para refazer a vida, há que criar as estruturas adequadas para a sua aceitação de vivência na sociedade portuguesa.

a primeira coisa a fazer será dar condições de aprendizagem da língua portuguesa, ferramenta sem a qual pouco ou nada lhes poderá facilitar a assimilação dos usos e costumes deste país de molde a permitir a sua ligação aos portugueses.
Os benefícios concedidos aos refugiados são comparticipados pelo programa da UE, pelo que a sua integração no mercado laboral deve ser natural, permitindo a estes a possível escolha do trabalho a realizar e não entregar-lhe os menos desejáveis, como acontece na generalidade. Convém referir que a maior parte dos refugiados que tem abandonado Portugal são sírios, exactamente o país que mais refugiados tem gerado devido às condições desumanas que existem em função da guerra e das suas consequências.

O que poderá levar os refugiados a abandonar Portugal? as dificuldades de integração estão identificadas como um dos elementos potenciadores desses casos e, por isso, a elevada taxa de abandonos merece especial atenção das autoridades de segurança e das secretas. a atenção destas autoridades, coordenadas pela Unidade de Coordenação antiterrorista (UCaT), tem a ver com o objectivo de sinalizar situações de radicalização que possam enveredar para as fileiras do terrorismo.
No entanto haverá outros factores que estão na base do abandono e que poderão ter a ver com o modelo de acolhimento adoptado que dispersa os refugiados por vários pontos do país (91 municípios). O deputado bloquista José Manuel Pureza diz que apesar da boa vontade que tem havido no seu acolhimento em todo o país, existem situações de isolamento desadequadas, em que o descontentamento, as dificuldades de inserção e a desilusão são potenciadas.

É um pouco estranha a posição do Governo Português, sobretudo tendo em conta que o nosso país tem 2,3 milhões de portugueses a viver no estrangeiro, ou seja, 22% da população, como cita o último relatório do Observatório da Emigração. Em contrapartida Portugal é o país da Europa com menos imigrantes, uma conclusão que surge num estudo publicado recentemente pelo gabinete de estatísticas da União Europeia (Eurostat).
Efectivamente parece ser necessária uma nova apreciação do fenómeno dos refugiados que demandam Portugal, mas também dos imigrantes por outros motivos, nomeadamenteeconómicos, que procuram o nosso país para viver e trabalhar.
a situação económica de Portugal não se compadece com a ausência de políticas correctas neste sector.com a diminuição progressiva da população residente também a criação de riqueza não sobe e o empobrecimento das pessoas continuará a ser uma fatalidade.