Quando me perguntam por um santo votivo, respondo sempre com a Virgem Maria, tal a centralidade que, para mim, assume enquanto medianeira com o divino
Quando me perguntam por um santo votivo, respondo sempre com a Virgem Maria, tal a centralidade que, para mim, assume enquanto medianeira com o divinoFátima pode ser encarada, no que me toca, de duas perspetivas diversas, mas complementares. Uma, que é a pessoal, corresponde ao papel que sempre teve na minha vivência como cristão. E ela coloca no centro dessa vivência Fátima, ou melhor, Nossa Senhora, e, por decorrência o culto mariano em Fátima. Poderia assim não ser. Conheço cristãos para quem Fátima passa ao lado da sua vida de fé. Sendo uma aparição particular ou privada, dela não fazem elemento central dessa sua vida, nem por isso sendo menos fervorosos na opção religiosa e respetiva afirmação. Outros há que têm santos votivos, que como que se somam a Nossa Senhora e com ela quase ficam parificados em veneração ou, pelo menos, oração. Não foi nunca o meu caso. Quando me perguntam por um santo votivo, respondo sempre com a Virgem Maria, tal a centralidade que, para mim, assume enquanto medianeira com o divino. E, porque sou português e Fátima entrou, muito cedo, no meu percurso de proximidade relativamente a Maria, ganhou uma relevância única na minha forma de encarar e viver a fé. Fátima é ponto de encontro com Maria, é lenitivo, inspiração, aconchego, apelo à meditação, incentivo de apostolado. Poderia não ter sido ou já não ser, mas é, nuclear, diverso de tantos outros locais de culto mariano. a segunda perspetiva é mais institucional.como Presidente da República Portuguesa. E, nessa medida, Presidente de todos os portugueses, o que abarca crentes e não crentes, crentes de várias fés, agnósticos, ateus, e, nos próprios cristãos católicos, os que não têm Fátima como centralidade na sua vida. E, nos não crentes, os que contestam Fátima como realidade ou como significado a ela associado. Nessa outra dimensão, Fátima é, ainda assim, um centro de irradiação cultural, social, comunitária, nacional e universal. Concitando milhões de peregrinos, ao longo do tempo. Projetando Portugal no mundo que fala português e naquele que o não fala. O Presidente da República, representando Portugal, não pode ser indiferente a esta muito expressiva e, à sua maneira ímpar manifestação da sociedade portuguesa. E isso não dependeria de ser crente ou não, devoto ou não de Maria, ou ligado nesse seu culto a Fátima. Saber conjugar estas duas perspetivas é o desafio de um Presidente de todos os portugueses, mas que não esquece nem obnubila uma fé e uma visão do mundo e da vida a ela ligada. Em suma, em 12 e 13 de maio, estará em Fátima, a receber o Papa Francisco, o Presidente de Portugal, e, com ele, porque as pessoas não são cindíveis, o cristão que sempre viveu Fátima como peça-chave na sua fé.com a naturalidade com que tem sido o que sempre foi e a permanente consciência da missão institucional que assumiu e que deve servir com empenho e dedicação ilimitados até ao fim do seu mandato.