Pelo oitavo ano consecutivo – 2016 – a população portuguesa diminui. O número de mortes continua a ser superior ao de nascimentos, revelam dados das «Estatí­sticas Vitais», do Instituto Nacional de Estatí­stica
Pelo oitavo ano consecutivo – 2016 – a população portuguesa diminui. O número de mortes continua a ser superior ao de nascimentos, revelam dados das «Estatí­sticas Vitais», do Instituto Nacional de Estatí­sticaNo ano passado nasceram mais 87. 126 crianças em Portugal, o que representa um aumento de 1,9% em relação ao ano anterior. Os meses em que se registou um maior abrandamento do ritmo de crescimento de bebés foram em Setembro, Novembro e Dezembro, em comparação com os meses homólogos em 2015. apesar de se terem registado mais 1. 626 nascimentos de nados vivos, isso não travou a perda de população, que teve um saldo negativo (diferença entre óbitos e nascimentos) de 23. 409 refere o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), em números divulgados quinta-feira passada. Nos óbitos, registaram-se mais homens (55. 601) do que mulheres (54. 934) e a esmagadora maioria (85%) tinha mais de 65 anos. Houve ainda 278 mortes de crianças com menos de um ano, mais 28 do que no ano passado, o que significa uma taxa de mortalidade infantil de 3,2 óbitos por mil nados vivos (era 2,9 em 2015), segundo contas do INE. a mortalidade apresenta um padrão geral sazonal, com valores mais elevados nos meses de Inverno e mais baixos na Primavera e Verão.

Quanto a casamentos celebrados em 2016 em Portugal, 31. 977 realizaram-se entre pessoas de sexo oposto e 422 entre pessoas do mesmo sexo, mais 72 face ao ano anterior. De igual modo, houve um aumento da mortalidade em Julho e agosto do ano passado, quando comparados com os mesmos meses de 2015. Do total dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, 249 foram entre homens e 173 entre mulheres (223 e 127, respectivamente, em 2015). Em mais de metade dos casamentos realizados em 2016 os nubentes possuíam residência anterior comum, uma situação que tem vindo a aumentar significativamente nos últimos anos, passando de 44,2% em 2010 para 56,1% em 2016, afirma o INE. a maioria dos nubentes optou por cerimónia civil (64,2%), quase o dobro dos casamentos católicos que foram apenas 11. 274 em 2016.

Em relação ao número de nascimentos de bebés fora do casamento foi o maior de sempre e, também o de casais que não vivem juntos, revelou o INE. Pelo segundo ano consecutivo, a maioria dos bebés (52,8%) nascem fora do casamento – em 2010, foram 41. 844, em 2016, 45. 972. O número sobe, aliás, pelo quarto ano consecutivo.
Para aquele Instituto esse aumento de nascimentos fora do casamento (em 2015 foram 50,7% e em 2010 eram 41,3%) é influenciado pela proporção de nascimentos de bebés nascidos de pais que não vivem juntos, que quase duplicou: 9. 373 (9,2%) em 2010, para 14. 862 (17,1%) em 2016.

Perante os números oficiais emanados do INE, referentes a 2016, há que reflectir em relação a algumas constatações óbvias. À cabeça verifica-se que a população portuguesa continua em queda, e pelos dados restantes especialmente os nascimentos, há a necessidade de tirar as consequências e encetar políticas de recuperação. Todos os estudos demográficos conhecidos apontam para uma diminuição da população portuguesa deveras assustadora.
Já quanto aos casamentos, leia-se normais, ou seja pessoas de sexo diferente, há alguns anos a esta parte inverteram-se os números em relação aqueles que casam pela Igreja, ou apenas pelo civil. aqui, a Igreja tem um árduo trabalho pela frente no sentido de convencer que o casamento com o vínculo cristão é mais consistente, e possivelmente duradoiro, se o casal se comprometer a vivê-lo na plenitude. a sociedade facilitista actual não se preocupa com idealismos religiosos e terá de ser a Igreja através dos seus servidores a procurar formar e ajudar os casais nesse sentido.
Uma política concreta de apoio à família, por parte do Estado, também seria bem-vinda. Certamente os casais poderiam sentir-se mais seguros para receber no seu seio aqueles que são fruto do amor de ambos: os filhos, e desta forma contribuir para um aumento de população.