O governo do Sri Lanka e os rebeldes Tamil Tigers devem voltar à mesa do diálogo para prevenir o reinício da guerra civil, advertem os observadores do processo de paz.
O governo do Sri Lanka e os rebeldes Tamil Tigers devem voltar à mesa do diálogo para prevenir o reinício da guerra civil, advertem os observadores do processo de paz. Erik Solheim, o enviado especial da Noruega, país mediador do processo de paz, afirmou que “não há tempo a perder”. a sua mensagem chega um dia depois de onze soldados terem perdido a vida num ataque no norte do país. Só neste mês já foram mortos mais de 40 militares.
O cessar-fogo foi assinado em 2002, mas as conversações de paz estagnaram em abril de 2003. O governo tem acusado os rebeldes de fazer ataques às forças militares, mas os Tamil Tiger negam qualquer envolvimento.
Solheim, ministro do desenvolvimento internacional norueguês, disse que Oslo está “profundamente preocupado” com o processo de paz. “O alto nível de violência e a trágica perda de vidas colocam o acordo de paz em perigo tornando muito difícil o futuro progresso dos diálogos de paz”, acrescentou.
Em Novembro o líder dos rebeldes, Velupillai Prabhakaran, fez um ultimato ao novo governo do país para que apresente uma proposta para a resolução pacífica do conflito no próximo ano. Se isto não acontecer vão assistir a um “intensificação da luta pela autodeterminação”.
O presidente Mahinda Rajapakse propôs o reinício dos diálogos num local a escolher dentro do continente asiático, porém os rebeldes insistem que os encontros devem decorrer na Europa. Rajapakse também pediu um maior envolvimento da Índia no processo de paz.
Na terça-feira, 27 de Dezembro, 11 soldados morreram quando o veículo em que viajavam pisou uma mina. Na semana anterior, 13 marinheiros perderam a vida numa emboscada. No Domingo Joseph Pararajasingam, um político Tamil, foi morto a tiro durante a celebração da missa do Natal.
Os rebeldes Tamil Tigers querem uma nação independente no nordeste do país. Durante as duas décadas de conflito que antecederam o cessar-fogo de 2002 perderam a vida 64 mil pessoas.