a influência cada vez maior da população venezuelana sobre as comunidades indígenas Warao está a causar o isolamento das famílias que arriscam sair das suas aldeias para procurar novas formas de vida na cidade
a influência cada vez maior da população venezuelana sobre as comunidades indígenas Warao está a causar o isolamento das famílias que arriscam sair das suas aldeias para procurar novas formas de vida na cidadeConsiderado o grupo humano mais antigo da Venezuela, o povo Warao têm vindo a passar por grande alterações sociais e culturais nos últimos anos, fruto de um maior contacto com a população venezuelana de descendência espanhola, e portanto com características muito diferentes das dos indígenas. as comunidades Warao estão distribuídas pelo Delta amacuro, vivem sobretudo da pesca e dos produtos que recolhem da terra, mas depois de uma grande intervenção no canal de Manamo, na década de 1960, o ecossistema sofreu grandes alterações e muitos dos indígenas, para fazer face à degradação dos solos e diminuição do peixe, iniciaram um processo de migração para as periferias dos centros urbanos, sobretudo para a zona de Tucupita, a capital do estado. alguns conseguiram integrar-se na forma de vida da sociedade urbana, mas uma grande maioria acabou isolada em acampamentos sem as mínimas condições básicas, marginalizada, renunciando, ao mesmo tempo, à sua cultura nativa. Em geral, há uma espécie de vergonha étnica: o povo indígena Warao sofre de uma forte guetização cultural, com a consequente exclusão das dinâmicas políticas do país e falta de acesso aos serviços sociais básicos, referem os missionários da Consolata que trabalham nesta região da Venezuela. Para ajudar à reintegração social, e incentivar a preservação da cultura Warao, os missionários criaram um projeto de formação, que numa primeira fase, vai abranger 80 crianças e adolescentes instaladas nos arredores da cidade de Tucupita. O programa formativo inclui informação sobre a história, língua cultura e artesanato waraos, mas tem também como objetivo transmitir noções de higiene e saúde – com especial atenção às doenças sexualmente transmissíveis – e dar a conhecer aos jovens os direitos dos povos indígenas.