Se não houver transformações nas economias rurais e na gestão dos recursos naturais dificilmente se consegue atingir o objetivo de acabar com a fome no mundo até 2030, alerta agência das Nações Unidas
Se não houver transformações nas economias rurais e na gestão dos recursos naturais dificilmente se consegue atingir o objetivo de acabar com a fome no mundo até 2030, alerta agência das Nações Unidas a intensificação das pressões sobre os recursos naturais, a crescente desigualdade e as consequências de um clima em mudança estão a colocar em risco a capacidade da humanidade se alimentar no futuro e a meta de acabar com a fome até 2030, alertou esta quarta-feira, 22 de fevereiro, a Organização das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura (FaO). Serão necessárias grandes transformações nos sistemas agrícolas, nas economias rurais e na gestão dos recursos naturais para alcançar todo o potencial da agricultura e conseguir um futuro seguro e saudável para todos, pois os aumentos de produção necessários para responder à procura terão de vir sobretudo de melhorias na produtividade e de um eficaz uso de recursos, refere a organização, no seu mais recente relatório sobre o futuro da alimentação e da agricultura. No documento, citado pela agência Lusa, a FaO refere que, embora a fome e a pobreza extrema tenham vindo a ser reduzidas globalmente desde os anos 1990, continuam a existir cerca de 700 milhões de pessoas, sobretudo nas zonas rurais, extremamente pobres, enquanto perto de 800 milhões passam fome cronicamente e dois mil milhões registam deficiências de micronutrientes. Perante este cenário, torna-se fundamental que sejam feitos esforços adicionais para promover o desenvolvimento em prol dos pobres e assegurar a redução das desigualdades e da proteção dos mais vulneráveis, sem os quais mais de 600 milhões de pessoas continuarão subnutridas em 2030. Recorde-se que a erradicação da fome até 2030 é o segundo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, aprovados numa cimeira da ONU em 2015.