Profissionais que dinamizaram conferência em Lisboa mostraram que é mais importante escutar as populações africanas e perceber o que lhes faz falta, do que querer ajudá-las à força
Profissionais que dinamizaram conferência em Lisboa mostraram que é mais importante escutar as populações africanas e perceber o que lhes faz falta, do que querer ajudá-las à forçaUm inquérito a 59 agregados familiares de uma aldeia da Guiné-Bissau mostrou que existiam 110 telemóveis e 17 latrinas, o que mostra o muito que há por fazer, apontou Patrícia Maridalho, administradora da ONG portuguesa Vida – Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento africano, na conferência Que caminhos para o Desenvolvimento africano.
Durante o colóquio, que teve lugar na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, os oradores realçaram, segundo a agência Lusa, que é mais importante ouvir os africanos e saber o que eles precisam, do que os querer “ajudar à força”. além disso, os conferencistas destacaram a necessidade de um investimento no setor da educação e na formação dos líderes africanos.
No decorrer da sua intervenção, Paula Barros, diretora do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, alertou para as desigualdades entre géneros. Muitas raparigas saem da escola não só porque têm de ajudar as famílias na agricultura e tratar dos irmãos mais novos, mas também porque as escolas não têm casas de banho nem há pensos higiénicos. ao não os terem durante o período, não podem ir à escola, e por isso desistem, o que agrava a grande desigualdade entre rapazes e raparigas, demonstrou a responsável, na última quarta-feira, 15 de fevereiro.