Na sua mensagem para este Dia Mundial do Doente (o vigésimo quinto), o Papa Francisco diz que estamos todos «sob o olhar de Maria»
Na sua mensagem para este Dia Mundial do Doente (o vigésimo quinto), o Papa Francisco diz que estamos todos «sob o olhar de Maria»No Centenário das aparições de Fátima, vale a pena recordar que a referência que São João Paulo II escolheu para o Dia Mundial do Doente – e não por acaso – é a festa de Nossa Senhora de Lourdes, 11 de fevereiro. O Papa Francisco refere que Santa Bernadette conta que a Virgem [… ] a fixava como se olha para uma pessoa. Este encontro interpessoal corresponde a uma relação. Bernadette, pobre, analfabeta e doente, sente-se olhada por Maria como pessoa. [… ] Isto lembra-nos que cada doente é e permanece sempre um ser humano, e deve ser tratado como tal. Os doentes, tal como as pessoas com deficiências, mesmo muito graves, têm a sua dignidade inalienável e a sua missão própria na vida, não se tornando nunca meros objetos; ainda que às vezes pareçam de todo passivos, nunca o são. Todos temos a experiência de que os outros são para nós o “dom” que nos permite viver a vida como pessoas. Na relação com eles. a nossa vida é uma história de relação. Recordamos alguns deles com especial ternura. Estamos-lhes gratos por isso. E havemos de saber cultivar esta gratidão sobretudo para com aqueles que, pela sua fragilidade, nos são confiados: os doentes, as pessoas com deficiência, os que sofrem. Sobretudo se o seu estado, a sua situação, é grave e inspira mais cuidados, eles ou elas correspondem à figura dos fracos, dos necessitados, dos mais pequeninos a que a terceira história do capítulo 25 de São Mateus se refere: foi a Mim que o fizeste (cf. Mt 25,31-46). aprendemos que as coisas têm preço; as pessoas têm dignidade. O valor de cada uma delas – quaisquer que sejam as suas circunstâncias (falamos de condição humana) não tem preço: está acima de qualquer equivalente, não pode ser substituída por nada. Dizemos que tem dignidade. São pessoas, não coisas. Não podem ser nunca “meros objetos”: são um fim em si mesmas como afirma o Papa Francisco. Na tradição bíblica, a dignidade da pessoa humana tem o seu fundamento no facto de ser imagem de Deus. Sob o olhar de Maria confiemos-lhe a nossa história de relação. Os nossos gestos, as nossas atitudes hão de falar do cuidado, da misericórdia e da ternura de Deus àqueles com quem nos encontramos todos os dias.