Comunidades da região do Baixo Cotingo, na Terra indígena Raposa Serra do Sol, no Brasil, criaram uma escola onde os jovens podem continuar a aprender a língua materna e a manter-se identificados com a cultura tradicional. Faltava um poço com água potável
Comunidades da região do Baixo Cotingo, na Terra indígena Raposa Serra do Sol, no Brasil, criaram uma escola onde os jovens podem continuar a aprender a língua materna e a manter-se identificados com a cultura tradicional. Faltava um poço com água potávelapós a homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (TIRSS), no estado brasileiro de Roraima, e a retirada do território dos não índios, as comunidades indígenas vão lentamente retomando a produção própia de alimentos, ganhando autonomia e reforçando a transmissão dos seus valores culturais. Distribuídos por uma área com mais de 17 mil quilómetros quadrados, os 19 mil habitantes, pertencentes a 209 comunidades, das etnias Makuxi, Ingarikó, Taurepang, Jarekuna, Patamona e Wapixana, enfrentam agora novos desafios, relacionados com a autossustentabilidade, saúde, segurança, criação de infraestruturas e educação. E foi precisamente pela falta de entendimento no que respeita ao ensino da língua indígena que a comunidade da Serrinha, na região do Baixo Cotingo, decidiu criar, em 2014, uma nova escola de ensino fundamental e médio, para acolher cerca de oito dezenas de alunos e servir de local de encontro para as reuniões comunitárias. além de transmitir os conhecimentos da sociedade moderna, tem como objetivo pedagógico também o ensino da história e dos valores tradicionais, tais como os contos, cantos e danças, pinturas, costumes e a língua indígena. Criada a escola, faltava resolver o problema da falta de água, que se tem agravado nos últimos anos pela estiagem prolongada no estado de Roraima, e que obriga a população da Serrinha a esperar pelo abastecimento por um camião cisterna, o que nem sempre acontece. Mais uma vez, a comunidade propôs-se a pôr mãos à obra, e pediu ajuda aos Missionários da Consolata, para angariar 5. 000 euros, a verba necessária para construir um poço artesiano. a campanha de recolha de fundos já está em curso, e logo que possível, será feita a escavação que irá levar depois uma caixa com capacidade para 5. 000 litros de água. No local será ainda instalado um gerador que alimente a bomba de extração. Desta forma, os líderes indígenas e os missionários contam prevenir os riscos de doenças associadas ao consumo de água não potável, quer nos alunos, quer na restante população.