O combate à solidão na terceira idade é essencial para que o ser humano usufrua de um caminho mais adequado a caminho da vida eterna. alegria e gratidão para quem recebe, satisfação para quem o faz
O combate à solidão na terceira idade é essencial para que o ser humano usufrua de um caminho mais adequado a caminho da vida eterna. alegria e gratidão para quem recebe, satisfação para quem o fazRecentemente foi notícia nos média o projecto de um cidadão espanhol adopte um avô, ideia posta em marcha em 2013. alberto Cabanes, o fundador, foi visitar o avô Clemente a um lar de idosos, na época natalícia. aí conheceu outro residente amigo deste, de nome Bernardo, que não tinha filhos nem netos e dizia que o seu maior desejo era ter um neto que o visitasse. alberto concretizou-lhe o desejo e decidiu adoptar Bernardo.
Perante a situação do amigo de seu avô o cidadão espanhol teve a ideia do projeto, uma associação sem fins lucrativos, a que deu o nome de adopta Un abuelo (adopte um avô) e que visa proporcionar companhia e alegria para milhares de idosos que vivem em asilos sem receber a visita de nenhum familiar.

O projecto foi posto em prática em Madrid no Natal de 2013, começando a reunir idosos que precisavam de companhia e jovens com vontade de partilhar o tempo e aprender com os mais velhos. Em Janeiro de 2015, a organização assinou o primeiro acordo de cooperação com uma rede de lares e alargou o trabalho a mais quatro cidades espanholas. Conta agora com 204 voluntários que se tornaram netos de 102 idosos. Desde o início já foram adoptados mais de 1000 idosos.
a associação adopta Un abuelo é uma entidade sem fins lucrativos, de iniciativa social, não confessional e independente. O seu lema é: Fazer com que as pessoas idosas se sintam ouvidas, acompanhadas e amadas. Tive a sorte de ser criado pelos meus avós e de aprender com eles valores impagáveis. Ninguém merece estar só. E nos lares há muita solidão, disse alberto ao El Mundo. Para alberto Cabanes, estar perto dos idosos é uma oportunidade de aprender com toda a sua sabedoria e histórias.

Em Portugal temos um exemplo neste sector um pouco diferente, mas idêntico. Trata-se de um projecto do Centro Social e Paroquial de Ervedal da Beira, de Oliveira do Hospital. Vamos adoptar um avô, é um intercâmbio intergeracional entre crianças dos Jardins de Infância, aTL ou Escolas do concelho e os idosos utentes das Instituições concelhias. O objectivo passa por uma criança adoptar um avô do Lar/Centro de Dia, e durante o ano trocar correspondência, visitas, trabalhos e outras atividades.
O arranque do projecto deu-se em Ervedal da Beira, a 28 de Maio de 2012, tendo os netos do Centro Social e Paroquial do Seixo da Beira adoptado os avós do Centro Social e Paroquial de Ervedal da Beira. Oevento foi inserido nas Comemorações do ano Europeu do Envelhecimento activo e da Solidariedade entre Gerações, da responsabilidade da Rede Social de Oliveira do Hospital. O projecto continuou agora com o nome de avós e Netos, destinado à promoção do convívio intergeracional entre os idosos do CSPEB e as crianças do CSPSB.

Todos sabemos que a terceira idade é uma fase da vida em que as pessoas voltam a precisar mais de ajuda, sentem a solidão como um ferrete, mas nem sempre existe uma família presente, disponível ou com vontade de acolher o idoso. Daí que projectos como estes devam merecer todo o nosso apoio. a sociedade carece de iniciativas que possam envolver os mais idosos e jovens, e vice-versa. O beneficio é mútuo: de um lado o conhecimento adquirido e transmitido, do outro a alegria de uma juventude que ainda está à descoberta da vida.
O exemplo do Centro Social e Paroquial de Ervedal da Beira é importante para que outras instituições sigam o mesmo caminho em Portugal. Os mais idosos e jovens deste país certamente que agradecem.