Nas zonas mais afectadas pelo furacão Matthew oito em cada 10 pessoas viviam das actividades agrícolas e da criação de gado, a que não podem recorrer, pois 80 por cento das culturas e infraestruturas ficaram destruídas
Nas zonas mais afectadas pelo furacão Matthew oito em cada 10 pessoas viviam das actividades agrícolas e da criação de gado, a que não podem recorrer, pois 80 por cento das culturas e infraestruturas ficaram destruídasTrês meses depois do furacão Matthew ter fustigado o Haiti, centenas de milhares de pessoas continuam a necessitar de assistência alimentar urgente, segundo um alerta das várias organizações humanitárias que tentam minimizar o sofrimento da população, sobretudo na zona sul do país. as Nações Unidas pediram 133 milhões de euros para responder aos desafios mais urgentes depois do furacão, mas até agora apenas chegaram 38 por cento deste valor. E a agência da ONU para a Coordenação de assuntos Humanitários estima que 806 mil pessoas têm necessidade extrema de alimentação e 750 mil carecem de água potável. Para o director da Oxfam no Haiti, Damien Berrendorf, apesar do furacão ter durado apenas umas horas, criou uma catástrofe a longo prazo que o país vai demorar anos a recuperar, pelo que é urgente actuar para evitar que as pessoas morram à fome. Recorde-se, que nas zonas mais afectadas, oito em cada 10 pessoas subsistiam das atividades agrícolas e do gado, o que foi quase tudo destruído. O furacão chegou precisamente antes da temporada da semeadura de novembro e os agricultores perderam tudo. Ficaram sem colheitas, sementes e terras, lamentou por sua vez o director da organização Care no Haiti, Jean-Michel Vigreux, apelando a uma maior colaboração internacional.