O alto comissário dos direitos humanos disse estar «profundamente alarmado» com o fecho das redes sociais congolesas, programado pelo governo a partir da noite de domingo, juntando-se à proibição de manifestações da sociedade civil e da oposição
O alto comissário dos direitos humanos disse estar «profundamente alarmado» com o fecho das redes sociais congolesas, programado pelo governo a partir da noite de domingo, juntando-se à proibição de manifestações da sociedade civil e da oposiçãoO governo de Kinshasa programou para a noite de domingo, antes do fim do mandato do presidente Joseph Kabila, o fecho das redes sociais na República Democrática do Congo (RDC), juntando-se à proibição de manifestações da sociedade civil e da oposição, tal como noticiou Fátima Missionária. Estamos especialmente preocupados porque segunda-feira [19 dedezembro] também assinala três meses desde que 54 pessoas morreram em Kinshasa, quando forças de defesa e de segurança usaram força excessiva contra pessoas que pediam para que fossem respeitados prazos constitucionais e para que o Presidente Kabila desistisse no final do seu segundo e último mandato, afirmou o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra”ad al Hussein. até à data, ninguém foi responsabilizado por aquela violenta repressão das manifestações que se traduziu na morte das mais de cinco dezenas de pessoas, sublinhou Zeid Ra”ad al Hussein. Desde o início dedezembro, o gabinete dos Direitos Humanos da ONU na RDC documentou pelo menos 45 prisões de pessoas que tentaram exercer o seu direito de reunião pacífica. Destes, pelo menos 16 pessoas foram detidas emBunia,na capital Kinshasa e em Goma no contexto da campanha Bye Bye Kabila (adeus Kabila), organizada pelos movimentos juvenisFilimbie Lucha. Outras 26 pessoas foram presas pelas suas ligações políticas ou por pertencerem a movimentos de cidadãos. Intimidar a sociedade civil e alvejar oponentes não é a resposta. Silenciar os seus pontos de vista e impedir que eles protestem não é a solução e, de facto, é mais provável que os levem a recorrer à violência, sublinhou Zeid Ra”ad al Hussein, pedindo ao governo e especialmente às suas forças de segurança que tomem todas as medidas necessárias para garantir os direitos à liberdade de associação e de reunião pacífica.