Medida foi aplaudida pelas organizações de defesa da mulher, mas está a gerar contestação em algumas localidades, que prometem promover um movimento de apoio à manutenção da tradição
Medida foi aplaudida pelas organizações de defesa da mulher, mas está a gerar contestação em algumas localidades, que prometem promover um movimento de apoio à manutenção da tradição a presidente do Comité Nacional para o abandono de Práticas Nefastas à Saúde da Mulher e da Criança na Guiné-Bissau, Fatumata Djau, anunciou esta semana que 40 aldeias do sul do país vão avançar com o abandono definitivo da prática de mutilação genital feminina. Pouco a pouco, as comunidades começam a perceber que a mutilação genital feminina é uma prática nociva à saúde da mulher e das raparigas, afirmou a defensora de direitos humanos, destacando que a medida ganha ainda maior simbolismo, pois as localidades em causa têm uma presença acentuada de costumes islâmicos. a notícia, porém, não está a ser recebida com o mesmo entusiasmo nas áreas abrangidas. Rachide Djaló, líder religioso da vila de Quebo, por exemplo, já manifestou a intenção de avançar com uma campanha de recolha de assinaturas para pedir ao Parlamento que anule a lei que proíbe a mutilação genital feminina. a proibição e criminalização desta prática foi aprovada em junho de 2011, pelo Parlamento guineense, mas até ao momento foram raras as autoras de excisão levadas à barra dos tribunais. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que 50 por cento das raparigas e mulheres da Guiné-Bissau foram submetidas a mutilação genital feminina.