Presidentes das câmaras de Lisboa e Batalha foram convidados a partilhar as suas experiências numa cimeira internacional sobre migrações, no Vaticano. Vão alertar para a falta de envolvimento dos Estados europeus neste problema
Presidentes das câmaras de Lisboa e Batalha foram convidados a partilhar as suas experiências numa cimeira internacional sobre migrações, no Vaticano. Vão alertar para a falta de envolvimento dos Estados europeus neste problemaO encontro Europa: os refugiados são nossos irmãos e irmãs, que decorre entre hoje, 9 de dezembro, e amanhã, no Vaticano, Itália, foi convocado para chamar a atenção para a ameaça à estabilidade mundial decorrente da existência de milhões de refugiados, e vai contar com a participação dos presidentes das câmara municipais de Lisboa e Batalha. Há um sentimento de que os Estados não estão a responder a este desafio, a esta sua obrigação humanitária e a esta sua obrigação de justiça para com seres humanos que fogem da morte, fogem da privação, seres humanos exatamente como nós, como qualquer um dos nossos amigos, dos nossos familiares, que têm direito a ter uma vida digna, até a ter uma vida em primeiro lugar, explica o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, em declarações à agência Lusa. Para o autarca, esta crise só não é resolvida porque não há vontade política na Europa para a resolver, uma vez que não faltam os meios, não faltam os recursos, não falta todo o tipo de disponibilidades. O que as cidades têm transmitido um pouco por toda a Europa é a vontade de fazerem mais do que aquilo que os Estados estão a fazer, sublinhou, considerando que, com esta iniciativa, o Papa Francisco quer reunir as energias das cidades que se têm mostrado com vontade e com energia de dar uma resposta positiva a este problema. Já Paulo Batista dos Santos, presidente da Câmara Municipal da Batalha, considerou esta ida ao Vaticano um reconhecimento pelo exemplo de trabalho que está a ser feito no concelho, onde foram recebidas e integradas duas famílias iraquianas, de origem palestiniana. É um desafio a que respondemos, e podemos mostrar que os refugiados podem ser uma oportunidade para uma Europa envelhecida, sublinhou o edil, realçando o município do distrito de Leiria, embora pequeno, deu um exemplo que é possível fazer a diferença. Segundo dados divulgados esta sexta-feira pela Comissão Europeia, Portugal recebeu até agora 720 migrantes, através do programa comunitário de recolocação. Da Grécia vieram 459 pessoas e de Itália 261. ao abrigo deste plano já foram distribuídos pela União Europeia 8. 162 migrantes.