Depois de passarem dois anos subjugadas aos ideais do movimento extremista Estado Islâmico, as mulheres e meninas da cidade iraquiana converteram-se num dos coletivos mais vulnerável do mundo, alerta a ONU Mulheres
Depois de passarem dois anos subjugadas aos ideais do movimento extremista Estado Islâmico, as mulheres e meninas da cidade iraquiana converteram-se num dos coletivos mais vulnerável do mundo, alerta a ONU Mulheres Vítimas da violência e da repressão jihadista, as mulheres e crianças da cidade de Mossul, no Iraque, enfrentam a mais absoluta pobreza, longe das suas casas, que em alguns casos foram destruídas durante os combates. a ONU Mulheres lança um apelo à comunidade internacional, para que ajude estas vítimas da guerra a recuperarem a sua vida e a sua dignidade. Muitas destas mulheres aguardam agora em tendas de campanha até que o exército iraquiano recupere o controlo da cidade, numa ofensiva iniciada a 17 de outubro.com o apoio da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos da américa, as tropas governamentais já conseguiram conquistar vários bairros a este de Mossul, mas continuam a encontrar muitas dificuldades para fazer frente aos cerca de 5. 000 jihadistas que se estima estejam acantonados dentro da metrópole. as estimativas indicam que cerca de 76 mil pessoas já foram obrigadas a deixar as suas casas por causa da ofensiva, mas perto de um milhão continua dentro do perímetro urbano, sendo mais de metade mulheres e crianças, que têm a seu cargo a família inteira. Desde que os jihadistas assumiram o controlo de Mossul, em 2014, as mulheres deixaram de poder sair de casa, ficando numa espécie de prisão domiciliária. ao mesmo tempo, ficaram proibidas de manter qualquer tipo de contacto com exterior, e de aceder ao telefone, televisão ou internet. Não pude sair de casa durante mais de dois anos. Não podia utilizar o telemóvel ou ver televisão. Uma vez, aplicaram uma multa de 500 dólares [468 euros] ao meu marido, por ter ligado a televisão, explicou à ONU Mulheres uma mulher que conseguiu fugir de Mossul. De acordo com esta testemunha, os jihadistas ameaçavam decapitar todos os que fossem vistos em público a usar o telefone. Para que estas vozes sejam ouvidas, a agência das Nações Unidas lançou um apelo à comunidade internacional. Todas as mulheres e crianças de Mossul estiveram retidas em casa mais de dois anos sem nenhum tipo de contacto com o mundo exterior. Foram privadas da sua dignidade, dos seus recursos, da sua independência e da sua vida, sublinharam os dirigentes da ONU Mulheres.