a acção dos Bancos alimentares Contra a Fome são de louvar, mas é lamentável a necessidade da existência destas instituições. a organização do Estado falha naquilo que deveria ser o seu trabalho
a acção dos Bancos alimentares Contra a Fome são de louvar, mas é lamentável a necessidade da existência destas instituições. a organização do Estado falha naquilo que deveria ser o seu trabalhoTeve inicio ontem, e continua hoje, mais uma campanha de recolha de alimentos por parte dos Bancos alimentares Contra a Fome em Portugal, que se desenvolverá em mais de 2. 000 superfícies comerciais. a campanha tem a colaboração de cerca de 42 mil voluntários que vão convidar quem vai às compras a partilhar alimentos com quem precisa de ajuda, refere a instituição. a campanha deste ano tem como tema Partilhar sabe bem.
Esta acção solidária prolonga-se até 11 de Dezembro no site www.alimentestaideia.pt e através de vales disponíveis nos supermercados. É a 50a campanha promovida pelos Bancos alimentares, que comemoram este ano 25 anos.

Isabel Jonet, presidente da Federação Europeia dos Bancos alimentares Contra a Fome (FEBaCF), em declarações à Lusa afirmou não ter dúvidas de que esta campanha vai ser, uma vez mais, bem recebida pelos portugueses, que vão contribuir dentro das suas possibilidades, seja com alimentos, seja com trabalho voluntário.
a presidente da FEBaCF acrescentou ainda: Os portugueses são muitos solidários quando confiam e eu penso que já se habituaram a confiar no Banco alimentar. Sobretudo, gostam de poder participar nessa grande acção de recolha de alimentos em que há uma certa magia e em que cada um de nós sabe que está a fazer a diferença.

Não podemos ficar indiferentes a uma realidade que está em nosso redor e essa é a razão pela qual voltamos a apelar à solidariedade, envolvimento e contributo de cada cidadão, contribuindo assim para melhorar o cenário de carência alimentar que continua a assolar muitos cidadãos e famílias em Portugal, assinalou Isabel Jonet.
De salientar que no ano transacto os Bancos alimentares distribuíram 27. 370 toneladas de alimentos a 2. 700 instituições, que os entregaram a perto de 420 mil pessoas carenciadas, sob a forma de cabazes ou refeições confeccionadas. ao longo destes anos foi possível ampliar a ajuda a quem mais precisa de se alimentar, com o envolvimento de cada vez mais voluntários, que entre 1991 e 2015 aumentaram de 150 para 42. 000, tal como o número de instituições apoiadas, que subiu de 45 para 2. 700. O número de pessoas apoiadas também não parou de crescer, passando de 15. 000, em 1991, para 178. 400, em 2001, 328. 900 em 2011, e 426. 000, em 2015.

O trabalho desenvolvido por estas instituições, e por outras de solidariedade social, é muito positivo e deve merecer o apreço de todos, sendo obrigação de cada um de nós colaborar dentro das nossas possibilidades. No entanto, isso não impede de lamentarmos que todas estas instituições de solidariedade social estejam a exercer um papel que cabe ao Estado, tal não devia acontecer.
Um Estado devidamente organizado e competente deve existir para apoiar os cidadãos, sobretudo os mais carentes, e não para se servir a si próprio. Um exemplo disso são os atropelos e embustes que os políticos fazem antes e após as eleições. Primeiro fazem promessas que sabem não ter possibilidades de cumprir, logo estão a enganar os cidadãos. Mas isso parece não os incomodar, pois para aqueles só os votos é que contam.

a pobreza existe maioritariamente em dois tipos de países: aqueles que têm governos ditatoriais e outros cujos governos não têm a organização adequada, especialmente económica, que permita ao cidadão ter rendimentos suficientes para sobreviver.
Por outro lado, não havendo uma política delineada de apoio às famílias, dificilmente é possível elevar o seu estatuto económico e isso tem como consequência directa o aumento de riqueza para as classes favorecidas. Portugal está na parte intermédia, ou seja, não tem um regime ditatorial, mas também não tem um governo de democracia plena, dado que esta só é efectivamente exercida pelos poderosos: partidos e políticos com acesso ao poder.