O matrimónio precoce está a ser usado por muitas das famílias obrigadas a procurar refúgio no Líbano, como uma estratégia de sobrevivência, revela um estudo promovido por várias entidades
O matrimónio precoce está a ser usado por muitas das famílias obrigadas a procurar refúgio no Líbano, como uma estratégia de sobrevivência, revela um estudo promovido por várias entidades a taxa do matrimónio infantil está a aumentar no Médio Oriente devido ao conflito sírio e ao consequente deslocamento de pessoas, segundo um estudo revelado recentemente pelo Banco Mundial. Na origem deste aumento estarão as dificuldades económicas das famílias e o desejo de proteger as meninas de possíveis abusos por parte de estranhos. Os dados do inquérito, realizado a partir de mais de mil testemunhos recolhidos no Líbano, serão apresentados à comunidade síria em janeiro do próximo ano, para que sejam os próprios deslocados a determinar as estratégias viáveis e apropriadas culturalmente para enfrentar o problema do casamento infantil. De acordo com os investigadores, o matrimónio em idade precoce é uma questão mundial de enorme importância, que se agrava durante os conflitos armados ou os desastres naturais. Estimativas do Fundo da População da ONU mostram que entre 2011 e 2020 cerca de 142 milhões de menores vão casar em todo o mundo. Se a estas se juntarem mais 151 milhões, na década posterior, significa que o casamento infantil pode atingir 39 mil crianças por dia. as menores casadas correm um alto risco de gravidez precoce, com possíveis consequências durante o parto e o perigo da mortalidade materna. Os bebés filhos de mães jovens correm também maior risco de vida. Este flagelo, de resto, pode ser uma das razões porque não foram atingidos alguns dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio propostos pelas Nações Unidas, cujas metas eram reduzir em dois terços a mortalidade de crianças com menos de cinco anos e baixar a taxa de mortalidade materna, em 75 por cento.