Relatores especiais das Nações Unidas desafiam os governos a adotar medidas urgentes para travar o marketing «enganoso, agressivo e inapropriado» sobre os substitutos do leite materno
Relatores especiais das Nações Unidas desafiam os governos a adotar medidas urgentes para travar o marketing «enganoso, agressivo e inapropriado» sobre os substitutos do leite materno a amamentação é uma questão de direitos humanos para bebés e mães que deve ser protegida e promovida para benefício de ambos, afirmam vários relatores especiais das Nações Unidas, num comunicado em que pedem ações concretas aos governos de todo o mundo para acabarem com o marketing enganoso, agressivo e inapropriado em torno dos substitutos do leite materno. Segundo os especialistas, esta indústria movimenta anualmente biliões de euros e as práticas comerciais, em geral, têm um efeito negativo sobre as escolhas que as mulheres fazem para alimentar seus bebés da melhor forma possível, pois podem impedir os recém-nascidos de receber vários dos benefícios do aleitamento materno. O documento, assinado pelos relatores especiais sobre o Direito à Saúde, Dainius Pûras, e sobre o Direito à Comida, Hilal Elver, e pelo Grupo de Trabalho sobre Discriminação Contra as Mulheres e a Comissão sobre os Direitos da Criança, alerta ainda para o perigo que é as empresas estarem a apostar nos países em desenvolvimento, onde escasseia a legislação que combata este problema. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que as vidas de 820 mil bebés poderiam ser salvas todos os anos se todas as mães seguissem a recomendação da organização de iniciar a amamentação horas depois do parto e seguindo com a prática nos seis meses seguintes. Para a agência da ONU, as mães deveriam continuar a amamentar seus filhos até eles atingirem os dois anos de idade, complementando a dieta com outros alimentos.