a mortalidade infantil regressou aos níveis de há 10 anos e 2,5 milhões de menores estão privados de frequentar a escola. Este ano já morreram mais de 10 mil crianças com doenças que podiam ter sido evitadas
a mortalidade infantil regressou aos níveis de há 10 anos e 2,5 milhões de menores estão privados de frequentar a escola. Este ano já morreram mais de 10 mil crianças com doenças que podiam ter sido evitadasO Iémen vive uma situação dramática depois de 19 meses de conflito em que as crianças estão a sofrer um impacto terrível, principalmente pela falta de alimentos e de assistência médica, alertou esta quinta-feira, 17 de novembro, a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no país. a situação é bastante dramática depois de tantos meses e o sistema de saúde está à beira do colapso. O país regrediu uma década na taxa de mortalidade infantil e os avanços conseguidos nos últimos anos estão a perder-se, disse Meritxell Relano, em entrevista a uma agência internacional. Segundo a responsável, mais de 10 mil crianças morreram este ano por causas evitáveis, como a diarreia ou a pneumonia, e a desnutrição também aumentou, atingindo cerca de 1,5 milhões de menores, 370 mil dos quais correm risco de vida se não receberem ajuda urgente. O facto de boa parte dos hospitais e centros de saúde não estarem operacionais faz com que as crianças não possam receber a assistência necessária, a que se somam os problemas para encontrar alimentos ou água potável. Os níveis de pobreza também aumentaram, especialmente entre os deslocados internos, e o governo não paga salários aos funcionários públicos desde agosto, nem tão pouco está a enviar os fundos necessários para o funcionamento dos hospitais. Outra das consequências do conflito é a dificuldade no acesso ao ensino das crianças – cerca de 2,5 milhões de menores em idade escolar não conseguem ir às aulas. No norte do país, por exemplo, desde o ano letivo passado que não há aulas, porque algumas escolas estão ocupadas por deslocados ou grupos armados, ou foram destruídas durante os combates. Em suma, o Iémen está perto de uma catástrofe humanitária em que as necessidades superam largamente os recursos disponíveis. Isto, porque do pedido de fundos efetuado pela ONU para 2016, até agora, só foram alcançados 40 por cento, revelou Meritxell Relano.