O Santuário de Fátima preparou atempadamente, e com uma agenda bastante diversificada, as comemorações dos cem anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima. a sociedade civil seguiu-lhe as pisadas, mas de forma diferente
O Santuário de Fátima preparou atempadamente, e com uma agenda bastante diversificada, as comemorações dos cem anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima. a sociedade civil seguiu-lhe as pisadas, mas de forma diferenteO centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima será um marco na história, não só de Fátima, mas do país e do mundo, e a visita do Papa Francisco dá-lhe ainda mais consistência. O Santuário de Fátima, que começou há seis anos atrás a preparação das comemorações, tem continuado agora com mais realizações, pondo a tónica na mensagem da Senhora.
O programa é rico e variado, permitindo que crentes e devotos possam participar em eventos e confirmar a sua fé à luz de novas cambiantes. O aspecto catequético, informativo e cultural dão uma dimensão diferente na apresentação da mensagem da Senhora mais brilhante que o Sol, cujo conteúdo se mantém actual e que nos deve fazer reflectir e agir em conformidade com os seus pedidos.

a sociedade civil, embora de forma mais reduzida e focalizada, vai apresentando algumas realizações tendo como tema o centenário das aparições. Na semana que findou, teve lugar, em Ourém, o VI Congresso Internacional das Cidades-Santuário, uma iniciativa do grupo Shrines of Europe, onde estiveram representados 18 países com um total de 220 congressistas. O objectivo assumido deste congresso foi o de partilhar experiências para resolver problemas semelhantes em locais religiosos com grande afluência, caso comum à maior parte das cidades representadas.
Paulo Fonseca, presidente da Câmara de Ourém, disse que pretende ir mais além e derrubar muros, para que os povos aprendam uns com os outros. O autarca afirmou ainda: Nós temos entre mãos os condimentos para fazer um caso de sucesso, que é a promoção do turismo religioso, integrado numa rede que possa trazer mais atractivos ao viajante. Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro, salientou a importância da cultura e do património na promoção do turismo. É o que faz a diferenciação e a afirmação dos nossos territórios, afirmou.

a intervenção de ana Mendes Godinho, Secretária de Estado do Turismo, no VI Congresso Internacional de Cidades-Santuário, e perante uma sala cheia no Hotel Cinquentenário foi bastante precisa ao referir que era necessário construir pontes e derrubar os muros que nos dividem. Pontes na estruturação do produto, esclareceu. Sintetizava assim a necessidade de uma atitude mais eficaz e de profissionalismo na promoção do turismo religioso. Para exemplificar, lembrou o tempo que passou desde que se começou a falar nos Caminhos de Fátima e que ainda não se concretizaram. a Secretária de Estado, a finalizar, lançou um desafio no sentido de se concretizar a rede internacional que se quer formar a partir deste Congresso: Construir pontes e derrubar muros.

Lembrando as palavras do autarca de Ourém, quando diz que temos entre mãos os condimentos para fazer um caso de sucesso, que é a promoção do turismo religioso – certamente referindo-se a Fátima- apetecia-nos perguntar: Então, se é verdade e estamos certos que sim, porque é que a Câmara não investe adequadamente em Fátima? E esta pergunta pode ser extensível a outras gestões camarárias que governaram em Ourém. Querem a galinha dos ovos de ouro sem a tratar e alimentar?
Em relação à senhora Secretária de Estado seria bom que juntasse ao construir pontes e derrubar os muros que nos dividem uma política de apoio concreto ao turismo religioso, porque palavras leva-as o vento e a cidade de Fátima precisa de coisas concretas. Falou na falta de uma via-férrea, mas não mencionou, por exemplo, a falta de um aeroporto próximo de Fátima (Lourdes tem) e este é porventura algo mais fácil de concretizar, basta que haja vontade política.