Pela primeira vez, um representante das Organizações Não Governamentais faz parte da delegação espanhola para a cimeira da Organização Mundial do Comércio.
Pela primeira vez, um representante das Organizações Não Governamentais faz parte da delegação espanhola para a cimeira da Organização Mundial do Comércio. Gonzalo Fanjul, especialista em comércio internacional, vai viajar para Hong Kong com a delegação oficial espanhola. Representa a Coordenadora das Organizações Não Governamentais de Desenvolvimento de Espanha (CONGDE) que agrupa 400 ONGs. é a primeira vez que um representante das organizações solidárias faz parte da delegação oficial espanhola numa cimeira internacional. “é um precedente muito importante que um representante da sociedade civil participe numa cimeira com estas características onde se decide a sobrevivência de milhões de pessoas”, afirmou David alvarez, presidente da CONGDE.
a cimeira da Organização Mundial do Comércio (OMC) vai decorrer de 13 a 18 de Dezembro em Hong Kong. é a última oportunidade para conseguir a adopção dos compromissos políticos a favor da erradicação da pobreza. Já passaram quatro anos desde a Ronda de Doha, que pretendia colocar as necessidades dos países em desenvolvimento no centro da agenda de trabalho.
“Depois de tanta retórica e negociações, o que resta são os interesses agressivos dos países ricos”, comentou Davia ílvares. “Sem uma transformação radical das negociações comerciais da OMC, será impossível cumprir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio“.
a CONGDE solicitou à delegação espanhola a defesa de uma Política comercial centrada em três pilares: coerência, transparência e participação. Coerência da Política comercial com os princípios de cooperação espanhóis e europeus. “Não somos coerentes se aumentamos a ajuda ao desenvolvimento e ao mesmo tempo impedimos que os países pobres vendam os seus produtos”, afirmou o presidente da Coordenadora. Transparência através de uma adequada informação sobre o andamento dos negócios, a posição espanhola e a explicação dos resultados e seu impacto. E, a participação dos diferentes agentes implicados nas negociações, incluindo a sociedade civil.
a Coordenadora de ONGs apresentou um manifesto em que pede um sistema comercial no qual os países mais pobres possam desenvolver as suas indústria locais, vender os seus produtos e garantir a sua segurança alimentar. Para a Coordenadora, “2005 foi um ano crucial na luta contra a pobreza. Depois das decepções da cimeira do grupo dos oito países mais ricos (G8) e das Nações Unidas, milhões de pessoas em todo o mundo t~em os seus olhos em Hong Kong”.
Durante 2005, a CONGDE lançou a campanha Pobreza Cero com o objectivo de mobilizar a sociedade civil para pressionar e exigir aos líderes mundiais medidas definitivas e eficazes contra a pobreza. Pobreza Cero trabalha em coordenação com organizações de todo o mundo e continuará com as suas reivindicações em 2006.