Governo iniciou processo de regularização de milhares de pessoas da etnia Maconde, descendentes de migrantes que chegaram ao país há várias décadas, e que estavam sem a identidade ou a naturalidade reconhecidas
Governo iniciou processo de regularização de milhares de pessoas da etnia Maconde, descendentes de migrantes que chegaram ao país há várias décadas, e que estavam sem a identidade ou a naturalidade reconhecidas as mais de 6. 000 pessoas da etnia Maconde que vivem no Quénia como apátridas, já começaram a receber os documentos de identificação, depois de um longo processo de luta. a campanha de naturalização deve abranger ainda os membros das comunidades Pemba e Rundi, que são os descendentes dos operários que migraram do Ruanda e muitos são também apátridas. Os Maconde são originários do sudeste da Tanzânia e do norte de Moçambique e chegaram ao Quénia na década de 1930, para trabalhar como operários nas fazendas de sisal e cana-de-açúcar, na costa leste africana. Muitos optaram por ficar e formar família em território queniano, mas os seus descendentes nunca conseguiram cidadania, o que lhes impossibilita o acesso a uma série de serviços básicos, incluindo assistência de saúde e educação superior. É muito difícil conseguir um documento de identidade porque quando você vai até um posto de identificação eles dizem que eu não sou queniano, ainda que eu tenha nascido, crescido, frequentado a escola e tudo mais aqui neste país, disse aos técnicos do alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (aCNUR) um jovem Maconde que passou quase seis anos a tentar, sem sucesso, obter uma certidão de nascimento. Depois de décadas a lutarem pela regularização da sua situação, os Maconde viram finalmente o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, determinar que o processo de registo e naturalização fosse concluído até dezembro deste ano. Peço desculpas por ter levado tanto tempo para que vocês fossem reconhecidos como cidadãos quenianos, afirmou, na ocasião, o governante. Calcula-se que existam ainda em todo o mundo cerca de 10 milhões de apátridas. Para acabar com a apatridia nos próximos 10 anos, o aCNUR lançou um apelo global e tem trabalhado com os governos para identificar, prevenir e solucionar as situações de apatridia.