«Desce depressa, Zaqueu, disse Jesus, porque é preciso que eu hoje fique em tua casa» (Evangelho, Lucas 10,1-9).
«Desce depressa, Zaqueu, disse Jesus, porque é preciso que eu hoje fique em tua casa» (Evangelho, Lucas 10,1-9). ai, ai, Zaqueu, homem de pequena estatura! Tu certamente sabes quanto é pequena também a nossa estatura para sermos capazes de ver Jesus. Ensina-nos a subir ao sicómoro da humildade e da decisão, para fixarmos os olhos do nosso coração no Senhor Jesus e assim ficarmos atentos à sua chamada a vivermos na sua e nossa felicidade. ao passar Jesus um dia por Jericó, houve um grande alvoroço nessa cidade, chamada no antigo Testamento como a Cidade das Palmeiras. Cidade situada a 258 metros abaixo do nível do mar, num oásis no vale do Rio Jordão. Tem várias nascentes de água dentro e ao redor da cidade: uma dessas fontes, emEin-es-Sultan, produz 3. 800 litros de água por minuto. Mencionada 70 vezes na Bíblia. Lugar do retorno dos israelitas de volta do Egito. Considerada a cidade mais antiga ainda existente (10. 000 anos). Cidadedestruidaem 586, ereconstruidapelo Rei Ciro, o Grande, da Babilónia. Dada como prenda aCleopatrapor Marco antónio, cônsul romano por três vezes e colega do imperador augusto. Lugar duma guarnição militar romana. Estação invernal para a aristocracia de Jerusalém. ali Jesus curou dois cegos, um delesBartimeude nome (Mateus 20,20-30), e recuperou Zaqueu. Cidade mencionada na Parábola do Bom Samaritano. Por razões que ignoramos, Zaqueu cometeu um crime hediondo contra os seus compatriotas judeus ao tornar-secoletorde impostos para os romanos que ocupavam então a Palestina: tal decisão lançou sobre ele o desprezo e ódio de todos. E foi no lugar decoletorde impostos que Jesus o encontrou e decidiu ficar em casa dele naquele dia, causando em Zaqueu uma conversão total (Lucas 19,8-10).
Por mais maldito que fosse ele considerado por todos, e se considerasse a si próprio talvez, Zaqueu não era um homem de todo perdido, como aliás não o são todos os pecadores que consultam de vez em quando a sua consciência, lugar onde a imagem de Deus produz os seu apelos de conversão e salvação. Esse gesto de Jesus para com Zaqueu produziu a murmuração de todos os que por si próprios se consideravam santos sem escutarem as sugestões do Espírito do Senhor (cf. Lucas 18,11-14).
Pragmático e exemplar, Zaqueu sentia em si o aguilhão do mal que concretizava, e sonhava com uma via de saída da má vida que vivia. Pecava e anelava o perdão, a limpeza da conciência. E, de repente, surge a oportunidade do seu sonho: o grande Profeta Jesus atravessava a terra onde Zaqueu vivia – era agora ou nunca, pensou Zaqueu. E escolheu o agora. Mas, eis o problema: ele é pequeno de estatura, não consegue ver a face de Jesus. Humilha-se e sobe a um sicómoro como um garoto malcriado. E eis o resultado: ao passar por debaixo do sicómoro, Jesus tem o coração em quem na árvore está empoleirado.
Chama-o, e o chamado responde Sim! Depois disso, tudo foi fácil e decidido, como uma levada de água que conduz ao moinho da graça. O deserto de areias movediças do habitante do oásis de Jericó torna-se num oásis de graça e gratidão profundamente expressiva (cf. Lucas19,8). E o filho de abraão desnorteado torna-se exemplo para todos os que se sentem responsáveis por uma vida sã como membros positivos da humanidade.
Zaqueu, Jericó e todos os pecadores que vivem sempre no ano-tempo da Misericórdia de Deus tornam-se verdadeiros oásis de felicidade e alegria, como Zaqueu (cf. Lucas 19,6).