Prelados sul-africanos temem consequências «desastrosas» para a população, que fica sem proteção contra as possí­veis violações de direitos humanos, caso mais países africanos abandonem o organismo
Prelados sul-africanos temem consequências «desastrosas» para a população, que fica sem proteção contra as possí­veis violações de direitos humanos, caso mais países africanos abandonem o organismo a intenção reiterada pelo governo da África do Sul em abandonar o Tribunal Penal Internacional (TPI) foi recebida com tristeza e muita preocupação pelos bispos sul-africanos, que emitiram um comunicado a pedir ao executivo que reconsidere a sua posição, pelo menos até que exista um tribunal regional com capacidade para pedir explicações aos líderes estatais, em caso de alegadas violações de direitos humanos. apelamos ao governo para reconsiderar a sua decisão e permanecer no TPI até que a África possua um tribunal regional efetivo, que tenha capacidade e vontade de pedir explicações aos líderes estatais, especialmente aos chefes de governo no poder, refere o documento citado pela agência Fides e assinado por abel Gabuza, bispo de Kimberley e presidente da Comissão Episcopal Justiça e Paz sul-africana. No comunicado, os bispos manifestam-se ainda preocupados com a possibilidade deste abandono provocar uma saída em massa do TPI, com consequências desastrosas na África para milhares de pessoas vulneráveis que estarão sem proteção adequada perante as violações de direitos humanos perpetradas por chefes de Estado no poder. Para os prelados, em vez de se retirar do Tribunal, a África do Sul devia trabalhar para que os países africanos assumam um posição comum para reformá-lo, propondo, entre outras coisas, que o poder de conferir causas ao TPI seja retirado do Conselho de Segurança da ONU (dominado pelos Estados Unidos da américa, Rússia, China, Grã Bretanha e França) e atribuído à assembleia Geral. agora, mais do que antes, vista a crescente instabilidade política, a África necessita de uma proteção mais forte para as pessoas vulneráveis perante líderes políticos que cometem crimes que abalam a consciência da humanidade, como genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de agressão, conclui o comunicado.