O tema das migrações e o instinto egoí­sta dos que procuram ofuscar o trabalho de quem se esforça por ajudar os migrantes mereceram destaque na audiência semanal do Papa Francisco
O tema das migrações e o instinto egoí­sta dos que procuram ofuscar o trabalho de quem se esforça por ajudar os migrantes mereceram destaque na audiência semanal do Papa FranciscoO Papa Francisco recordou esta quarta-feira, 26 de outubro, que a única solução para a crise das migrações é a solidariedade, e que os cristãos devem ser os primeiros a enveredar por este caminho, com urgência. No contexto atual de crise económica, a tendência é optar pelo individualismo em vez do acolhimento, é erguer muros e barreiras, mas estas medidas apenas favorecem os tráficos criminosos, lembrou o Pontífice, na audiência semanal, na Praça de São Pedro, em Roma. Para Francisco, as migrações não são um fenómeno novo e não devem ser ignoradas por instintos egoístas, mas encaradas com sentido de acolhimento e solidariedade: É um compromisso que envolve todo mundo, ninguém está excluído. as dioceses, as paróquias, os institutos de vida consagrada, as associações e os movimentos são chamados a acolher os irmãos e as irmãs que fogem da guerra, da fome, da violência e de condições de vida desumanas. Todos juntos somos uma grande força de amparo para quem perdeu a pátria, a família, o trabalho e a dignidade. O Papa pediu ainda que se pense nas mulheres vítimas do tráfico lançadas nas ruas e nas formas de usar o corpo humano como mercadoria, até mesmo de crianças e adolescentes. Do mesmo modo, não ter um trabalho, uma casa, um salário justo, ou ser discriminado pela raça ou pela fé são todas formas de “nudez”diante das quais, como cristãos, somos chamados a estar atentos e prontos à ação, adiantou. Queridos irmãos e irmãs, não caiamos na armadilha de nos fecharmos em nós mesmos, indiferentes às necessidades dos irmãos e preocupados somente com os nossos interesses. É precisamente na medida em que nos abrimos aos outros que a vida se torna fecunda, as sociedades reconquistam a paz e as pessoas recuperam sua plena dignidade, concluiu Francisco.