Em nome de alegadas estratégias contra o terrorismo muitos governos estão a cortar a liberdade de expressão a jornalistas e cidadãos, segundo um estudo apresentado nas Nações Unidas
Em nome de alegadas estratégias contra o terrorismo muitos governos estão a cortar a liberdade de expressão a jornalistas e cidadãos, segundo um estudo apresentado nas Nações Unidas O relator especial das Nações Unidas sobre liberdade de opinião e expressão, David Kaye, não tem dúvidas em relação ao controlo que muitos governos estão a exercer sobre o fluxo de informação nos seus países: estão a tratar palavras como se fossem armas e a adotar leis vagas que permitem minar discursos e opiniões alheias. Num relatório a apresentar esta sexta-feira, 21 de outubro, na assembleia Geral da ONU, o responsável refere que a atual situação está a levar a que jornalistas sejam punidos pelas reportagens que produzem, cidadãos que publicam as suas opiniões nas redes sociais sejam calados, e o debate sobre o fluxo de informação seja cortado em nome das estratégias contra-terrorismo. a razão de tudo isto, de acordo com Kaye, é simples. Qualquer forma de censura reflete o medo que alguns governantes têm das ideias e da informação. Neste sentido, justificam como legítimas a censura ou as restrições, com os argumentos da proteção nacional ou da ordem pública, afetando dessa forma a participação pública numa governação aberta e democrática. a impunidade de quem profere ameaças físicas contra escritores, gestores de blogues e jornalistas também são motivo de preocupação para a ONU. as ameaças na internet estão a agravar-se e os avanços na tecnologia estão a gerar novas formas de repressão e censura, nomeadamente através da suspensão do acesso à rede digital.