Verificamos diariamente que a verdade não é assumida pelas pessoas, embora haja quem a cultive e faça dela um conceito de vida. Nós, enquanto cristãos, temos o dever de a pôr em prática, sempre
Verificamos diariamente que a verdade não é assumida pelas pessoas, embora haja quem a cultive e faça dela um conceito de vida. Nós, enquanto cristãos, temos o dever de a pôr em prática, sempreO Papa Francisco falou sobre a verdade, sexta-feira passada, durante a celebração da eucaristia na Casa de Santa Marta, no Vaticano. Cingindo-se ao evangelho do dia que tratava do adultério, Francisco disse: Jesus ensina a verdade e a compreensão e, com isso, supera a visão humana explanada nos dizeres dos fariseus. Nesse mesmo evangelho, Jesus convida-nos a olharmos para o fermento dos fariseus, ou seja, a hipocrisia. O Santo Padre observou que existe, contudo, o fermento bom e o fermento mau.
Estes teólogos iluminados estavam convencidos de possuir toda a ciência e a sabedoria do povo de Deus. Um risco ao qual Jesus escapa indo além, indo até à plenitude do matrimónio. O Papa lembrou ainda que esta tentação da casuística já tinha aparecido em relação à mulher que tinha tido sete maridos, mas que na ressurreição não será esposa de nenhum, porque no céu não se tem mulher nem marido.

Francisco afirmou que a firmeza da verdade pressupõe compreender Jesus como alguém que é tão misericordioso, tão grande, que jamais, jamais, fecha a porta aos pecadores. Por isso, não se limita a expressar a verdade de Deus, mas pergunta também aos fariseus o que é que Moisés estabeleceu na lei. E quando os fariseus lhe repetem que contra o adultério é lícito passar um ato de repúdio, Cristo replica que aquela norma foi escrita para a dureza do seu coração. Deste modo Jesus distingue sempre entre a verdade e a fraqueza humana, sem rodeios.
No mundo em que vivemos, com a cultura do provisório, a realidade do pecado é muito forte, mas Jesus, recordando Moisés, diz-nos: Se há dureza do coração, se há pecado, algo se pode fazer: o perdão, a compreensão, o acompanhamento, a integração, o discernimento destes casos… Mas a verdade não se pode vender nunca! E Jesus é capaz de dizer esta verdade tão grande e, ao mesmo tempo, ser tão compreensivo com os pecadores, com os fracos, afirmou Francisco.

Para além da verdade, que o Papa recordou nos evangelhos em relação ao adultério, também na nossa vida individual, e em sociedade, temos a verdade – enquanto valor moral -daquilo que ouvimos, dizemos e fazemos no dia-a-dia. Mas o que é a verdade? Verdade significa aquilo que está intimamente ligado a tudo que é sincero, que é verdadeiro, é a ausência da mentira. Verdade é também a afirmação do que é correto, do que é seguramente o certo e está dentro da realidade apresentada.
Uma das características do ser humano é a busca permanente pela verdade; é o desejo de comprovar a veracidade dos fatos e de distinguir o verdadeiro do falso e que frequentemente nos coloca dúvidas no que nos foi ensinado. a busca da verdade surge logo na infância e, ao longo da vida, estamos sempre a questionar as verdades estabelecidas pela sociedade. a filosofia tem na investigação da verdade o seu maior valor.

Se estivermos atentos ao que se passa no quotidiano, verificamos facilmente que a maior parte das vezes a verdade é omitida, de uma ou outra forma, sendo muitas vezes deturpada e mesmo camuflada. E o que dizer de certas classes sociais? Há várias que não são exemplo, pelo contrário. Uma em concreto, a dos políticos, que é severamente criticada por usar a mentira como principio para atingir os seus objectivos. Temos muitos exemplos que poderíamos elencar, mas basta seguir as discussões parlamentares e verificamo-lo pelas contradições. É simples!
Mas ao nível da governação é exigível que a verdade seja uma realidade, pois estão em causa a vida das instituições, mas sobretudo das pessoas deste país. Quanto a cada um de nós deveremos fazer a pergunta que Francisco nos deixou para reflexão: Sou uma pessoa leal, transparente ou sou um hipócrita?.