as leis que nos governam não são completamente feitas na assembleia Nacional, mas também em certos outros Círculos do globo onde há mais poder económico e militar: será sempre prudente escutarmos esses poderes
as leis que nos governam não são completamente feitas na assembleia Nacional, mas também em certos outros Círculos do globo onde há mais poder económico e militar: será sempre prudente escutarmos esses poderesas Leituras deste domingo mostram-nos um mundo onde o poder e o dinheiro regulam a vida dos cidadãos. É o que o Senhor Jesus nos ensina na parábola do Evangelho acerca do juiz injusto. E isto, mais praticamente para nós, significa que vivemos num mundo onde o dinheiro e o poder é que marcam a vida dos povos. No Evangelho, Cristo apresenta-nos uma viúva, que não é rica, e que representa todas as pessoas que no mundo vivem na mó debaixo. Que não têm muito a dizer para a qualidade da vida da sociedade: o dinheiro e o poder é que decidem como é que se vive num país. a viúva não tem poder, não tem dinheiro. Por isso vive à mercê dos que têm poder e dinheiro. É tratada injustamente pelos poderosos e ricos: não lhe é feita justiça. No caso destaviuva, o juiz é superior, não quer saber dos direitos dela. Realmente, era o caso dos judeus no tempo de Jesus: quem mandava muito neles eram os romanos, que em Israel tinham uma abundante presença militar para manterem em sujeição o povo judeu. Provavelmente, muita gente pensa que o nosso país tem de seguir os conselhos convincentes de países mais poderosos militarmente eeconomico-financeiramente. Quer dizer: as leis que nos governam não são completamente feitas na assembleia Nacional, mas também em certos outros círculos do globo onde há mais poder económico e militar: será sempre prudente escutarmos esses poderes. Muito importante nesta parábola de Jesus é a razão que Ele dá para contar essa parábola. Diz o Evangelho: Jesus disse esta parábola sobre a necessidade de orarmos sempre sem desanimar (v. 1). Não é a única coisa que devemos fazer diante das injustiças que corroem a vida de tantas pessoas mundo além. Mas é um dos pontos essenciais da vida do cristão. até mesmo psicologicamente: se vivemos em contacto com Deus, há em nós mais serenidade e boa decisão para nos abalançarmos a tomar certas decisões. O pior seria perdermo-nos de ânimo, de coragem.como a viúva, também nós vivemos num mundo em que também há injustiças. Então, como a viúva da parábola, também nós não devemos perder a coragem, mas devemos encontrar outras avenidas que ajudarão a solucionar os problemas deste mundo que é o nosso, o mundo em que temos direito a eliminar os prepotentes da cena dos holofotes políticos – e nem todos os políticos ou juízes são prepotentes. Às vezes, certas ações que parecem possuir a qualidade de nos salvar dos atributos prepotentes, têm simplesmente o condão, senão a finalidade, de nos salvar da frigideira para nos atirar para o meio das brasas (cf. Lucas 11, 26b). É muito prejudicial o narcisismo que faz com que os oprimidos se sintam em segurança, como a avestruz que, ao ver-se em perigo, enfia a cabeça na areia, porque não quer enfrentar os problemas: e é então que o problema se torna mais problemático, senão de todo insolúvel. Emblemático e enriquecedor para nós, é o comentário que o Senhor Jesus faz à sua parábola deste de domingo: Pois eu vos digo: Deushá defazer justiça aos seus eleitos muito em breve Mas, o Filho do Homem, quando voltar, encontrará Ele fé na terra?