Inspirado pelos professores que o ensinaram a ter gosto pelos estudos, criou um centro de ensino num campo de refugiados sudaneses, na Etiópia, onde reside há cinco anos
Inspirado pelos professores que o ensinaram a ter gosto pelos estudos, criou um centro de ensino num campo de refugiados sudaneses, na Etiópia, onde reside há cinco anosaos 71 anos, alnur Burtel pode não ter a mesma frescura física, mas mantém uma lucidez e uma vontade de transmitir conhecimentos fora do comum. Sozinho, construiu um centro educativo no campo de refugiados de Sherkole, na Etiópia, onde passou a dar aulas de inglês e educação cívica a adolescentes e adultos que não tiveram acesso à educação adequada nem a formação profissional. a educação é essencial para a vida e para o desenvolvimento, afirma Burtel, natural do Sudão e a viver no campo de refugiados desde 2011. Quando ainda vivia no seu país natal, lecionava em escolas locais e na universidade, pelo que decidiu empregar o seu tempo e energia a continuar a ensinar, desta vez no acampamento de deslocados. Se os jovens refugiados não estudam estão a desperdiçar as suas vidas. E eles são o futuro dos nossos países. Se eu conseguir mudar a vida de pelo menos um deles, já vai fazer a diferença, confessou aos serviços do alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (aCNUR). O centro educativo está a funcionar desde janeiro, e nestes primeiros meses de atividade, os alunos já se deixaram envolver pelas propostas do professor. antes eu não entendia muito bem a importância de estudar.com alnur, não estou apenas a aprender a falar inglês, mas também compreendendo que precisamos de nos respeitar uns aos outros. Estamos a tornar-nos pessoas melhores e mais responsáveis, e assim teremos possibilidades de um futuro melhor, testemunhou o refugiado sudanês Emoel Yakub, de 27 anos. alnur Burtel inspira os refugiados a alcançarem os seus sonhos através da educação, ao mesmo tempo que oferece um sentimento de normalidade para as suas vidas. Tendo em consideração as limitações financeiras, o aCNUR e os nossos parceiros nem sempre conseguem oferecer educação secundária ou de idiomas para os refugiados. Dependemos de trabalhos voluntários como o que alnur realiza com jovens refugiados para que maximizem seus potenciais, para recuperarem a esperança e buscarem soluções duradouras e vidas produtivas, acrescentou, por sua vez, Sirak Sileshi, membro da equipa de proteção do aCNUR em Sherkole.