Pegando no exemplo de Maria, que contrariou as regras para se aproximar de Cristo crucificado, o cardeal Pietro Parolin apelou à coragem dos cristãos para continuarem a construir uma Igreja que anuncia o Evangelho
Pegando no exemplo de Maria, que contrariou as regras para se aproximar de Cristo crucificado, o cardeal Pietro Parolin apelou à coragem dos cristãos para continuarem a construir uma Igreja que anuncia o Evangelho Se quisermos aprender a estar ao pé do crucificado, podemos e devemos olhar para Maria, podemos e devemos acolher Maria como Mãe, isto é, como mulher que educa para a verdadeira opção de fé em Cristo através da partilha da sua experiência de discípula e de crente, afirmou esta quinta-feira, 13 deoutubro, em Fátima, o secretário de Estado do Vaticano. Na homilia de encerramento da última peregrinação internacional aniversária, antes da vinda do Papa Francisco, o cardeal PietroParolinrecorreu à narração bíblica em que o apóstolo Paulo fala da coragem de Judite para explicar que esta audácia nasceu da convicção de que Deus atua “na fraqueza da obscuridade”das contradições mais dolorosas da vida. Certamente podemos ler esta coragem de Judite com as palavras do apóstolo Paulo, quando recorda aos cristãos que “aforçade Deus se manifesta plenamente na fraqueza”. Qual fraqueza? Com certeza, não é a da mesquinhez, do medo e da imoralidade; mas sim a fraqueza que deriva que deriva do amor do próximo. Quando se ama realmente o próximo, tornamo-nos “fracos”, porque já não se aceitam as regras, as ideias e os comportamentos dos “fortes”que se amam apenas a si mesmos, disse o purpurado. Foi também este exemplo que deu Maria, segundo PietroParolin,ao aproximar-se do filho crucificado, apesar das normas da época o impedirem. ao pé do crucificado, Maria é mulher corajosa, porque recusa submeter-se às regras dos “fortes”e dos “poderosos”. Naquele tempo, os parentes e conhecidos dos condenados à crucificação não podiam aproximar-se destes últimos. Mas, corajosamente, Maria quebra esta regra, sublinhou o cardeal. No final, PietroParolinpediu aos milhares de peregrinos reunidos no Santuário de Fátima que se deixem inspirar por esta liturgia e se transformem em construtores pacientes de uma Igreja que anuncia o Evangelho não obstante as contradições e os lados obscuros da vida.