O matrimónio infantil alimenta um ciclo de marginalização que nega às meninas os seus direitos mais básicos, como a educação ou a própria liberdade, alerta a organização Save the Children
O matrimónio infantil alimenta um ciclo de marginalização que nega às meninas os seus direitos mais básicos, como a educação ou a própria liberdade, alerta a organização Save the ChildrenUm estudo da organização internacional Save the Children, feito com base em dados recolhidos em 144 países, revela que a cada sete segundos uma menina menor de 15 anos é obrigada a casar em alguma parte do mundo. O Níger, Chade, República Centro-africana, Mali e Somália estão entre os países com piores taxas de casamentos precoces, gravidez na adolescência e mortalidade materna. O matrimónio infantil põe em marcha um ciclo de marginalização que nega às meninas os seus direitos mais básico, como a educação ou a própria liberdade, pois as menores deixam de poder frequentar a escola e ficam mais expostas a situações de violência doméstica, abusos e violações, alerta o diretor-geral da organização, andrés Conde. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definiram como meta a erradicação do matrimónio infantil até 2030, mas ao ritmo atual, este objetivo parece pouco provável. Se não houver uma mudança de mentalidades, o número de mulheres casadas durante a infância aumentará dos 700 milhões atuais para 950 milhões em 2030, e 1. 200 milhões em 2050, segundo o responsável. De acordo com o relatório da Save the Children, os cenários de conflito e de pobreza fazem disparar o casamento precoce, em muitos casos por razões de segurança ou de pura subsistência. Na Nigéria, por exemplo, 40 por cento das meninas em situação de miséria contraem matrimónio antes dos 15 anos, em comparação com os três por cento das meninas de famílias com melhores condições económicas.