Encontro em Roma, Itália, contou com a participação de milhares de catequistas provenientes de diferentes dioceses do mundo, entre elas a de Inhambane, Moçambique
Encontro em Roma, Itália, contou com a participação de milhares de catequistas provenientes de diferentes dioceses do mundo, entre elas a de Inhambane, Moçambique a Igreja Católica de Moçambique, uma igreja ministerial onde os catequistas continuam a ter uma ação evangelizadora determinante, esteve representada no Jubileu dos Catequistas, que decorreu em Roma, entre 23 e 25 de setembro, por quatro catequistas da diocese de Inhambane – Francisco Nhassope e Rafael Miguel Rungo, da paróquia do Guiúa, abel Catinhane Mavie, da paróquia de Inharrime, e Mateus Copeu Ucuelo, da paróquia de Vilanculos. O empenho do diretor do Centro Catequético do Guiúa, padre Sandre Faedi, e a colaboração do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização tornaram possível esta participação. a presença de Moçambique foi notada, sobretudo pelo testemunho do catequista Francisco Nhassope, que foi chamado a falar sobre a sua experiência de catequista em Moçambique. Impressionou a todos a sua coragem nos tempos difíceis da perseguição e da guerra. Os catequistas iniciaram os trabalhos com uma catequese sobre o tema da misericórdia. Uma meditação sobre o empenho que Deus assumiu a favor de cada de nós, para que, deste modo, transforme a nossa vida num compromisso de misericórdia para com todos. No sábado, 24, o programa continuou com a peregrinação à Porta Santa na Basílica de São Pedro. ao fim do dia, decorreu na Basílica de São Paulo Fora de Muros a oração de vésperas, precedida por um momento de partilha. a basílica foi pequena para receber cerca de 4. 000 catequistas de todo o mundo para escutar o testemunho de quatro catequistas de diferentes continentes. O primeiro testemunho foi dado pelo catequista Francisco Nhassope. Impressionou e comoveu pela sua simplicidade e pela fortaleza da sua fé. a sua história, ou melhor do “catequista”, como é chamado, emocionou a sala ao ponto de mais tarde, o arcebispo Rino Fisichella, responsável pela organização do Jubileu, ter afirmado que também ele deseja o mesmo que Francisco Nhassope: ser apenas o catequista. Quando fui nascido, deram-me o nome de Rungo, mas quando fui batizado, depois de um longo catecumenado, deram-me o nome de Francisco. No ano de 1980 fui chamado para a formação catequética no Centro do Guiúa e deram-me o nome de catequista. Nome que conservo até hoje, contou Nhassope, recordando depois o ataque ao Centro Catequético em setembro de 1987, onde vivia com a sua família. Na ofensiva foi morto o catequista Peres Manuel, um dos seus formandos, e o primeiro dos 24 catequistas mártires de Guiúa. Eu fui aprisionado e levado, juntamente com a minha família e outros catequistas em formação. a caminhada pelo mato foi dura e só ao final de três dias chegámos à base militar. Deus protegeu-nos. Mas o sofrimento não reduziu. Às vezes eu me punha a chorar, sem que as minhas crianças vissem, para não os fazer sofrer mais. O cansaço, os maus tratos, a falta de alimentação não diminuíram a minha fé. Nunca me arrependi de ser catequista. E depois de 30 dias, conseguimos fugir, sem que ninguém se desse conta. Por isso penso que uma das respostas do que é ser catequista é isto: dizer sim, sempre, nos momentos favoráveis e nos momentos difíceis. Não digo isto para um elogio pessoal, mas sim para manifestar aquilo que sinto dentro do coração: o dom de Deus, o dom gratuito de ser catequista, prosseguiu o catequista. No final do testemunho, Francisco Nhassope sintetizou o porquê do seu compromisso como catequista há cerca de 40 anos: Deus deu-me um dom. Um dom gratuito. O de ser catequista e levar a sua palavra e o seu amor a todos os meus irmãos, mesmo aos que nos fazem mal. No domingo, 25, na Praça de São Pedro, no final da Eucaristia presidida pelo Papa Francisco, que agradeceu a Deus pela vocação e missão de todos os catequistas, o catequista Francisco, visivelmente emocionado, teve a ocasião de cumprimentar o sucessor de Pedro que também é Francisco e um grande catequista.